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Memória: Juca Chaves o “Menestrel Maldito”

No dia 25 de março, faleceu Juca Chaves, o “Menestrel Maldito”, aos 84 anos, seu corpo foi cremado no dia seguinte, no Cemitério Bosque da Paz, na capital baiana.

Juca Chaves nasceu 22 de outubro de 1938, Rio de Janeiro numa família judaica, Jurandyr Czaczkes, desde sua infância teve formação em música erudita, compondo, aos 12 anos, sua primeira modinha. Ao se mudar para São Paulo conheceu Ana Maria, ao qual dedicou dezenas de músicas.

Seu apelido “Menestrel Maldito”, foi dado por Vinicius de Moraes, por andar sempre acompanhado de seu alaúde. No Rio de Janeiro montou um circo nos arredores da Lagoa Rodrigo de Freitas. No local, recebia empresários, políticos e moradores de uma favela vizinha.

Juca desafiou ditaduras, a primeira no Brasil com suas canções “Caixinha, obrigado!”, “Take me back to Piauí” e “A cúmplice”. O que o levou ao exilio em Portugal onde incomodou a ditadura salazarista. Num show no Teatro Tivoli, irritou as autoridades portuguesas, fazendo piada com o ditador António de Oliveira Salazar. Os órgãos de repressão repudiaram sua arte, e Chaves rumou para um novo exílio, agora na Itália.

Sua carreira foi marcada pela tensão com a mídia, chegando a ser boicotado por jornais e revistas, devido as suas sátiras políticas e ironizando a imprensa brasileira.

Casado com Yara Chaves desde 1975, Juca deixa duas filhas, Marina Morena e Maria Clara. Jorge Amado resumiu bem a vida de Juca Chaves “a voz mais livre do Brasil” dizia ele sobre o amigo.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa