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Morte de Lampião

Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião, morreu no dia 28 de julho de 1938 em uma emboscada na fazenda de Angicos, sertão do Sergipe.

Lampião, cujo nome verdadeiro era Virgulino Ferreira da Silva, foi um dos mais famosos e temidos cangaceiros do Nordeste brasileiro no início do século XX. Ele nasceu em 7 de julho de 1898 na comunidade de Vila Bela, no sertão de Pernambuco, Brasil. Sua família era de origem humilde, e desde cedo, Virgulino foi influenciado por uma cultura marcada por violência, injustiça e seca.

No final da década de 1910, Lampião entrou para o cangaço, um fenômeno social e político peculiar da região nordestina do Brasil. O cangaço era um movimento formado por grupos de bandoleiros armados que viviam à margem da lei, enfrentando a autoridade do Estado e, ao mesmo tempo, atraindo a simpatia de muitos sertanejos que viam neles uma espécie de “justiça social”.

Lampião tornou-se um líder carismático e habilidoso, formando seu próprio grupo de cangaceiros, conhecido como “Bando de Lampião”. Eles percorriam o sertão em busca de vingança contra inimigos, defendendo sua honra, protegendo suas terras e roubando os latifúndios e instituições financeiras. Sua capacidade estratégica, coragem e habilidades em combate construídas com que se torna uma lenda viva, inspirando tanto medo como relacionado.

O grupo de Lampião tornou-se tão proeminente que entrou em conflito direto com as forças governamentais e grupos de espera, como a polícia volante. Houve vários confrontos sangrentos entre cangaceiros e as volantes, sendo um dos mais notórios o massacre de Angico, em 28 de julho de 1938, quando Lampião e nove dos seus companheiros foram mortos pelas tropas do tenente João Bezerra.

Após sua morte, o cangaço como movimento perdeu força, mas a figura de Lampião continua a fascinar o imaginário popular brasileiro. Sua história inspirou livros, filmes, músicas e diversas manifestações culturais que retratam o cangaço e a vida difícil do sertanejo nordestino.

Lampião e seu bando são até hoje lembrados por sua resistência, mas também por suas ações violentas e sua condição de fora da lei. Sua vida e trajetória refletem uma época conturbada e desigual da história do Brasil, onde as diferenças sociais e as secas sobreviveram o cangaço como uma forma de resposta ao estado de abandono e desamparo das famílias sertanejas.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa