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Morte de Luiz Gonzaga o “Gonzagão”

Luiz Gonzaga do Nascimento, conhecido como “Luiz Gonzaga” ou “Gonzagão”, foi um dos mais importantes e influentes músicos brasileiros. Ele nasceu em 13 de dezembro de 1912, na cidade de Exu, no sertão de Pernambuco, e faleceu em 2 de agosto de 1989, na cidade do Recife, também em Pernambuco.

Gonzaga foi um cantor, compositor e instrumentista, considerado o “Rei do Baião”. Seu estilo musical era baseado no forró, com influências do xote, do xaxado e de outras manifestações culturais do Nordeste do Brasil. Sua música retratava a vida e a cultura do sertão nordestino, contando histórias do povo nordestino, suas lutas, alegrias e tradições.

A carreira de Luiz Gonzaga decolou na década de 1940, quando ele se apresentou no Rio de Janeiro e conquistou o público com suas músicas cativantes e ritmos contagiantes. Ele incluiu inúmeras canções de sucesso, como “Asa Branca”, “Baião”, “Qui nem Jiló”, “Juazeiro”, “Vem Morena”, “A Triste Partida” e muitas outras.

Além de sua contribuição para a música, Gonzagão foi importante para a popularização da cultura nordestina em todo o Brasil, levando a cultura do Nordeste a diversas regiões do país e desejando a valorização das tradições regionais.

Luiz Gonzaga teve uma carreira longa e prolífica, e sua influência perdura até hoje na música brasileira. Ele é lembrado como um ícone da cultura popular nordestina e uma das figuras mais importantes da música brasileira do século XX. Sua música continua sendo apreciada e celebrada, mantendo viva a memória e o legado desse grande artista.

Luiz Gonzaga e a Maçonaria

Em abril de 1971, Luiz Gonzaga deu início à sua jornada na “Augusta e Respeitável Loja Simbólica Paranapuan, do Oriente, da Ilha do Governador”, no Rio de Janeiro, onde residia. Essa loja maçônica segue o rito Moderno ou Francês. Em 14 de dezembro, ele foi elevado ao Grau de Companheiro Maçon e, no dia 5 de dezembro de 1973, alcançou o Grau Mestre.

Em 1981, demonstrando seu afeto e respeito pela Maçonaria, Luiz Gonzaga compôs, em parceria com o também maçom Orlando Silveira, a música “Acácia Amarela”. O título da música faz referência à acácia, uma árvore com profundo simbolismo em várias culturas e tradições.

A música “Acácia Amarela” foi gravada pela primeira vez em 1982, fazendo parte do LP “Eterno Cantador”, lançado pela RCA-Victor. A música foi regravada em CD em 1998. Em 1997, o Grande Oriente do Brasil, por meio do Projeto Classes Musicais, gravou a mesma música com a participação da Orquestra Sinfônica e Coral Baccarelli, sob a regência e arranjos do Maestro Sérgio Kuhlmann.

A acácia é uma árvore que detém um significado especial no contexto maçônico, sendo considerada uma árvore sagrada no Egito e possuindo importância significativa na tradição mística dos árabes e hebreus. Em diferentes culturas, a acácia representa pureza, imortalidade, ressurreição e a busca pela Grande Iniciação.

A letra de “Acácia Amarela” enfatiza a beleza e perfeição da casa, simbolizando a harmonia e concórdia que a Maçonaria valoriza. A música também menciona a figura do “Grande Arquiteto do Universo”, referindo-se ao princípio criador presente nas crenças maçônicas. Essa composição musical representa, portanto, uma expressão de admiração e devoção à tradição maçônica por parte de Luiz Gonzaga e Orlando Silveira.

Acácia Amarela:

Ela é tão linda é tão belaAquela acácia amarelaQue a minha casa temAquela casa direitaQue é tão justa e perfeitaOnde eu me sinto tão bem
Sou um feliz operárioOnde aumento de salárioNão tem luta nem discórdiaAli o mal é submersoE o Grande Arquiteto do UniversoÉ harmonia, é concórdiaÉ harmonia, é concórdia
Ela é tão linda é tão belaAquela acácia amarelaQue a minha casa temAquela casa direitaQue é tão justa e perfeitaOnde eu me sinto tão bem
Sou um feliz operárioOnde aumento de salárioNão tem luta nem discórdiaAli o mal é submersoE o Grande Arquiteto do UniversoÉ harmonia, é concórdiaÉ harmonia, é concórdia

A composição é uma expressão de gratidão e devoção de Luiz Gonzaga à Maçonaria, uma instituição que ele valorizava e que teve um papel importante em sua vida. A música “Acácia Amarela” permanece como um tributo ao legado do Rei do Baião e à sua conexão com a maçonaria, além de continuar encantando gerações com sua melodia e significado profundo.

 

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa