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MPRJ pede desarquivamento de inquérito sobre morte do menino Eduardo de Jesus

No dia 2 de abril de 2015, a vida da família de Eduardo de Jesus Ferreira, um menino de 10 anos, foi abruptamente interrompida por uma tragédia que chocou o Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Eduardo foi baleado na cabeça na porta de sua casa durante um confronto entre policiais militares e suspeitos na área de mata conhecida como Areal.

Naquele fatídico dia, os policiais envolvidos na operação revidavam a agressão de suspeitos quando o garoto, que estava na linha de tiro, foi atingido pelo disparo fatal. A investigação apontou que o tiro que tirou a vida de Eduardo foi disparado por um policial, mas alegou legítima defesa, resultando na ausência de indiciamento dos agentes.

A mãe de Eduardo, Terezinha Maria de Jesus, testemunhou a morte trágica de seu filho. Ela afirma ter marcado o rosto do policial responsável e clama por justiça desde então. A Revista G1 reportou seu relato emocionante: “Eu marquei a cara dele. Eu nunca vou esquecer o rosto do PM que acabou com a minha vida. Quando eu corri para falar com ele, ele apontou a arma para mim. Eu falei ‘pode me matar, você já acabou com a minha vida’”.

Reviravolta no Caso Eduardo de Jesus: MPRJ pede desarquivamento de inquérito sobre morte do menino de 10 anos no Complexo do Alemão

No dia 27 de setembro de 2023, um novo capítulo se abriu nessa história trágica. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) solicitou o desarquivamento do inquérito policial que investiga a morte de Eduardo de Jesus Ferreira. Essa decisão veio à luz de novas provas, incluindo vídeos gravados no dia do homicídio, indícios de fraude na investigação policial e falhas do promotor original do caso, conforme apontado pela defesa de Terezinha.

O advogado João Pedro Accioly, representante legal de Terezinha, esclareceu que o pedido de desarquivamento foi baseado em diversas irregularidades identificadas nas investigações, incluindo falhas no laudo de confronto balístico e a semelhança notável nos depoimentos dos policiais envolvidos.

Além disso, o advogado comemorou a inclusão de um segundo policial no caso, que havia sido excluído da primeira denúncia. “Além do policial Rafael de Freitas, que havia sido alvo da primeira denúncia, a decisão do procurador-geral de justiça permite a investigação e a acusação do policial Marcus Bevitori, que havia sido impropriamente excluído da primeira ação penal. Elementos do próprio inquérito levam a crer que Freitas foi o primeiro a disparar, mas Bevitori foi o responsável pelo disparo letal”, explicou.

Terezinha, mãe de Eduardo, expressou sua esperança renovada pela busca de justiça após oito anos de luta: “Eu estou me sentindo com uma grande esperança de que agora essa justiça vai ser feita, depois de oito anos de muita luta. Estou com meu coração bem esperançoso. Com Deus na frente tudo vai fluindo. A guerra ainda não ganhei, mas uma batalha eu já venci, graças a Deus”. A saga por justiça continua, e a sociedade espera que o desfecho honre a memória de Eduardo e traga paz à sua família.

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Adriano Dias

Jornalista militante e fundador da #ComCausa