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Memória: Nascimento de João de Barro o Braguinha das Marchinhas de Carnaval

Compositor brasileiro, figura-chave no cenário musical, faleceu deixando um vasto repertório para a cultura popular do país.

O compositor brasileiro João de Barro, conhecido também como Braguinha, deixou um legado marcante no panorama musical do Brasil. Nascido como Carlos Alberto Ferreira Braga em 29 de março de 1907, no Rio de Janeiro, Braguinha ganhou renome por suas cativantes marchinhas de carnaval que ecoaram por gerações.

Filho de um gerente de fábrica de tecidos, Braguinha trilhou um caminho incomum ao ingressar brevemente no curso de Arquitetura da Escola Nacional de Belas Artes, abandonando-o em prol de sua paixão pelas animadas composições carnavalescas.

Sua jornada musical teve início quando aprendeu a tocar violão durante os anos escolares, ao lado do amigo e futuro compositor Henrique Brito, um exímio instrumentista. Adotando o pseudônimo “João de Barro”, Braguinha contornou as convenções sociais da época que desencorajavam jovens de famílias tradicionais a se aventurarem na música popular.

Ao longo de sua carreira, Braguinha encontrou em Alberto Ribeiro seu parceiro mais constante. Sempre irreverente, chegou a utilizar o pseudônimo “Funarius Rufus”, nome científico do pássaro João de Barro, para uma de suas composições, mantendo a autoria em segredo, causando especulações sobre a existência do misterioso compositor.

O reconhecimento de João de Barro veio com o estrondoso sucesso de “Linda Lourinha” no carnaval de 1934, uma resposta criativa à música “Linda Morena”, de Lamartine Babo. A partir desse marco, Braguinha presenteou o público brasileiro com sua inventividade e humor em cada carnaval subsequente. Em 1937, ele compôs a letra para a música “Carinhoso”, de Pixinguinha, vinte anos após sua criação.

Braguinha é reconhecido como um dos nomes mais proeminentes entre os compositores de marchinhas de carnaval. Seu repertório abrangente inclui composições como “Linda Lourinha”, “Uma andorinha não faz verão”, “Cadê Mimi?”, “Pirata da perna de pau”, “Pastorinha” e “Balancê”, esta última regravada anos mais tarde por Gal Costa, evidenciando a atemporalidade de suas músicas.

João de Barro, ou Braguinha, encerrou sua jornada no Rio de Janeiro em 24 de dezembro de 2006, deixando um legado musical marcante que continua a encantar e animar os corações dos brasileiros.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa