Campanhas

Nascimento Padre Reginaldo Veloso

Padre Reginaldo Veloso nasceu no dia 3 de agosto de 1937, no município de São José da Lage, em Alagoas, No ano de 1951, ele foi para o Seminário do Recife, onde estudou filosofia e fez o curso ginasial.

Poeta adepto da teologia da libertação, fez opção radical pelos empobrecidos, e ali compôs e auxiliou os que mais precisavam.

Estudou teologia e história da igreja em Roma, no ano de 1958, até ser ordenado padre em 1961. Em fevereiro de 1966 voltou a Recife onde foi professor do seminário por dois anos. Depois assumiu a Paróquia de Santa Maria, no bairro da Macaxeira, na Zona Norte do Recife, onde ficou por dez anos.

Reconhecido pelo seu trabalho junto as comunidades eclesiais de base(Cebs), onde incentivava leigos a se organizarem a atuar politicamente nos bairros mais empobrecidos por questões de moradia e serviços públicos, principalmente na paróquia Nossa Senhora da Conceição, no morro onde existe o santuário da santa. Por esse trabalho ganhou a admiração do arcebispo emérito de Olinda e Recife, dom Helder Câmara.

Durante a Ditadura Militar o Padre Reginaldo que é compositor de músicas litúrgicas foi preso por fazer uma música em homenagem ao padre italiano Vitor Miracapilon, acusado pela repressão militar de ser subversivo expulso do Brasil.

Com a saída de dom Helder Câmara da Arquidiocese de Olinda e Recife e foi substituído por dom José Cardoso Sobrinho, que era contrário à Teologia da Libertação e atuação das comunidades eclesiais de base (Cebs). Por isso destituiu o padre Reginaldo da Paróquia do Morro da Conceição e o suspendeu do exercício do sacerdócio ordenado. A alegação foi de que o padre incitava, nos fiéis, uma aversão ao arcebispo. O povo do morro da Conceição protestou contra essa atitude arbitrária, o padre se recusou a sair e só foi retirado pela polícia Militar, quando o arcebispo entrou na justiça pedindo reintegração de posse.

Padre Reginaldo Veloso continuou sua atuação nas comunidades eclesiais de base (Cebs), compôs os mais lindos cantos que são usados por todo o Brasil dentro das liturgias e encontros. Ele casou-se com sua antiga secretária, Edileuza Osório Pereira, com que tem teve um filho, João José.

Em nome da Arquidiocese de Olinda e Recife, o vigário geral Monsenhor Luciano José Rodrigues Brito emitiu comunicado expressando condolências.

“Cai a tarde, vem a noite, a tristeza, o pranto, a dor; de manhã renasce o sol, novo dia, alegria!”

Após um período de hospitalização, em que enfrentava a batalha contra o câncer, faleceu ontem, dia 19 de maio, José Reginaldo Veloso de Araújo. A Arquidiocese de Olinda e Recife vem expressar as mais sinceras condolências por sua morte à sua família e amigos.

Reginaldo Veloso foi presbítero na Arquidiocese de Olinda e Recife, onde exerceu seu ministério sacerdotal na Paróquia Santa Maria Mãe de Deus, no bairro da Macaxeira, e na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, no Morro da Conceição. Muito contribuiu para o Setor de Música Litúrgica da CNBB com suas composições, muitas das quais cantadas nas celebrações litúrgicas em todo o Brasil.

Que seja concedido a Reginaldo Veloso cantar diante do Senhor Ressuscitado: Senhor, piedade, vem me socorrer! Minha dor e meu pranto mudaste em prazer; teu nome para sempre eu irei bendizer!

Recife, 20 de maio de 2022

Monsenhor Luciano José Rodrigues Brito

Vigário Geral

Monge beneditino e escritor, o teólogo pernambucano Marcelo Barros afirmou que Reginaldo Veloso “foi e é a figura de um amigo”. “Sempre convivemos e em muitos trabalhos trabalhamos juntos. É uma notícia que entristece, me deixa com a sensação de profunda perda, saudade, luto. O Evangelho diz que, quando Jesus soube que o amigo dele Lázaro tinha morrido, é a única vez que contém a palavra ‘Jesus chorou’. Chorou com a morte de um amigo. Eu também me sinto assim: chorando com a morte de um amigo”,

Barros também citou ainda a herança deixada por Veloso de uma sociedade justa e uma humanidade renovada. “Ele optou para ir, ainda nos anos 1960, morar nos morros de Casa Amarela e trabalhar naqueles morros dos quais ele conhecia cada beco e conviver com os povos da periferia e organizar as pessoas para lutarem por uma vida nova, uma vida justa, por melhores condições. Ele fez isso a vida inteira”, completou o teólogo.

Em relação aos ensinamentos que ficam do padre Veloso, Marcelo Barros disse que o ex-pároco do Morro da Conceição foi um exemplo de como se ligar a profunda fé cristã à vida como compromisso social. “Fica o ensinamento a essa convite: a fé vivida como acolhimento do amor, nós somos as pessoas que acreditamos no amor, diz uma Carta de João. Vivemos num mundo onde o amor é raro”, finalizou Marcelo Barros à Folha de Pernambuco.

Padre Reginaldo Veloso, morreu aos 84 anos, a morte acontece dia 19 de maio, depois de uma longa luta contra o câncer.

| Editoria Virtuo Comunicação

| Projeto Comunicando ComCausa

| Portal C3 | Instagram C3 Oficial

João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa