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Memória: Mãe Menininha do Gantois

No dia 13 de agosto de 1986 morria, de causas naturais, aos 92 anos de idade, Maria Escolástica da Conceição Nazaré, Mãe Menininha do Gantois. Descendente de escravizados africanos, ainda criança foi escolhida para ser Iyálorixá no terreiro Ilê Iyá Omi Axé Iyamassê, fundado em 1849 por sua bisavó, Maria Júlia da Conceição Nazaré, cujos pais eram originários de Agbeokuta, sudoeste da Nigéria.

Mãe Menininha foi a quarta das Iyálorixá do Terreiro do Gantois e a mais famosa do País. Foi a quarta das Iyálorixá do Terreiro do Gantois e a mais famosa do País. Iniciada no culto aos orixás de Keto aos oito anos de idade, assumiu definitivamente o terreiro aos 28. Foi uma das principais articuladoras do término das restrições a cultos impostas pela Lei de Jogos e Costumes de 1930, que condicionava a realização de rituais à autorização policial e limitava o horário de término dos rituais às 22 horas.

Símbolo da luta pela aceitação do candomblé pela cultura dominante, Mãe Menininha abriu as portas do Gantois aos brancos e católicos. Nunca deixou de assistir às celebrações de missa e convenceu os bispos baianos a permitirem a entrada de mulheres – inclusive ela – vestidas com as roupas tradicionais das religiões de matriz africana nas igrejas. A Iyálorixá faleceu de causas naturais, aos 92 anos de idade.

Fonte com acréscimos: Fundação Palmares

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa