Rio de Janeiro

Orquestra Maré do Amanhã se torna Patrimônio Cultural do Estado

A Orquestra Maré do Amanhã foi oficialmente reconhecida como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado do Rio de Janeiro.

Fundada em agosto de 2010 no Complexo da Maré, na Zona Norte da capital, esse projeto tem como objetivo alfabetizar crianças musicalmente, ensinando-lhes instrumentos de elite, como violino, violoncelo e flauta.

O projeto nasceu da iniciativa de Carlos Eduardo Prazeres, filho do renomado maestro Armando Prazeres, que foi vítima de sequestro e assassinato por um homem que residia na Maré. Mais de uma década após essa tragédia, Carlos Eduardo decidiu transformar essa história de violência em uma oportunidade para combater a violência por meio da educação.

A Orquestra Maré do Amanhã estabeleceu seu primeiro núcleo no CIEP Operário Vicente Mariano, onde preparou 26 crianças no ensino de teoria musical, violino, violoncelo e flauta. Em apenas três meses de trabalho, essas crianças apresentaram resultados fantásticos, realizando seis apresentações ao final do mesmo ano.

Além de ensinar música clássica a crianças e adolescentes, esse novo Patrimônio Cultural do Rio também desempenha um papel profissionalizante. Sua característica distintiva é não ser apenas um projeto social, mas sim oferecer uma verdadeira oportunidade de transformação de vida para seus alunos, preparando-os para o mercado de trabalho e evitando que se envolvam com o tráfico de drogas.

A Orquestra Maré do Amanhã já se apresentou em alguns dos palcos mais prestigiados do Rio de Janeiro, incluindo o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a Sala Cecília Meirelles e o Réveillon da praia de Copacabana. Os alunos também fizeram turnês internacionais, tendo inclusive se apresentado para o Papa Francisco, no Vaticano.

A determinação para esse reconhecimento veio por meio da Lei nº 10.182/23, de autoria da deputada Franciane Motta (União), que foi sancionada pelo governador do Rio e publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (22).

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa