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Pacientes que usam maconha medicinal sofrem preconceito no Rio

A ONG Movimentos conduziu entrevistas com usuários e familiares na Cidade de Deus, nos complexos da Maré e do Alemão, a fim de traçar um perfil das pessoas que usam cannabis de forma terapêutica. Segundo o levantamento inédito realizado, 38% dos pacientes são menores de idade.

Uma pesquisa intitulada “Plantando saúde e considerando: o uso terapêutico da maconha nas favelas do Rio de Janeiro”, realizada pela ONG Movimentos, revelou informações sobre o perfil dos pacientes que fazem uso terapêutico da maconha e seus derivados. De acordo com o estudo, 42% dos adotados afirmaram ter enfrentado o preconceito devido ao uso ou tentativa de acesso à maconha para fins medicinais.

Gisela Lopes, uma dona de casa de 63 anos, teve sua experiência. Ela sofreu por muitos anos com dores na coluna causadas pela fibromialgia e artrose, além de enfrentar sintomas de ansiedade, estresse e depressão. Gisela mencionou ao G1 que começou a usar maconha medicinal há quase dois anos, e sua vida mudou completamente.

“A gente ainda esbarra muito no preconceito. Tem pessoas que eu falo e ficam me olhando torto. Mas eu não ligo. Maconha é vida, me ajudou muito. Eu tenho que falar isso pra meio mundo. Eu já to no tratamento há dois anos e minha qualidade de vida é outra”, disse Gisele.

“Antes, eu tomava um monte de remédios e aquilo tava dando ruim na minha cabeça, acelerando meu coração, eu não tava bem. (…) Eu não conseguia lavar um banheiro, varrer a casa, não conseguia pegar minha neta no colo. Hoje eu levo ela na natação, saio, faço tudo, viajo”, completou na entrevista ao G1.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa