Presidente da Alerj não vai pautar extinção da Uerj
A proposta de extinção da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) foi descartada pelo presidente da ALERJ, André Ceciliano nesta semana.
O projeto foi apresentado pelo deputado Anderson Moraes e protocolado na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). No documento, o deputado Anderson alega que as aulas na universidade têm “uma clara censura ao pensamento acadêmico de outras linhas de visão de mundo”, e que aqueles que “pensam de forma contrária” sofrem “agressão física e verbal”. Moraes ressalta ainda o cunho “autoritário, opressivo e criminoso” da instituição, que, de acordo com o ranking da ocupa o posto de 18ª melhor universidade do país.
O projeto de lei explicita que os bens e imóveis da instituição sejam remanejados entre universidades privadas e entre outros órgãos do Estado. Os cerca de 28 mil alunos da universidade também seriam transferidos.
O presidente da Alerj, André Ceciliano descartou imediatamente a possibilidade. “Enquanto eu for presidente, não vota. É inconstitucional e isso seria atribuição do Poder Executivo“, declarou ao G1, o presidente da Comissão de Educação da Alerj, Flávio Serani (PSOL-RJ), comemorou a decisão do presidente: “A proposta de extinguir a Uerj por meio de um projeto de lei, além de ser um surto autoritário é também absurda, pois seria um retrocesso para o estado e também inconstitucional já que a existência da UERJ é prevista no artigo 309 da constituição do Estado. Este anúncio é mais uma demonstração do que o projeto bolsonarista gostaria de fazer com o Rio e com as nossas universidades do que uma ameaça real”, disse.
Protocolamos projeto de lei que dispõe sobre a extinção da Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ – e a transferência da oferta de vagas à instituições privadas.
BALBÚRDIA nas universidades custeadas com o dinheiro do povo, nós não iremos aceitar!— Anderson Moraes (@deputadomoraes) May 25, 2021
Perfis falsos e pandemia
Não é a primeira polêmica promovida pelo deputado bolsonarista Anderson Moraes. Recentemente, o deputado obteve na Justiça uma decisão judicial que chegou a anular o decreto da Prefeitura do Rio que impunha medidas restritivas em meio à pandemia de Covid-19. Em julho do ano passado, ele teve contas vinculadas ao seu gabinete removidas pelo Facebook por criar perfis falsos.