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Sociedade se une em ato pelo controle das armas

No dia 21 de maio, adeptos de diversas religiões se reuniram no Aterro do Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro, em um ato conjunto para pedir maior controle das armas de fogo. Católicos, evangélicos, candomblecistas, umbandistas, kardecistas e outros estiveram presentes, juntamente com vítimas da violência e seus familiares.

O ato, intitulado “A força da fé no controle das armas de fogo”, foi convocado pelo movimento Viva Rio, que há anos trabalha para combater a violência na capital fluminense. Lideranças religiosas convocaram os fiéis por meio de vídeos divulgados nas redes sociais. O ato também marcou o início de uma campanha nacional pelo controle de armas, em parceria com outras instituições da sociedade civil. A organização enfatiza a importância de uma segurança pública baseada em atividades de inteligência, que rompa com o ciclo de tiroteios. “Temos que parar com esses tiroteios absurdos que aterrorizam crianças, tiram a vida de pessoas inocentes e destroem famílias inteiras. A paz é plenamente possível”, afirmou Tião Santos, fundador e diretor de relações institucionais do Viva Rio.

Durante o evento, foram realizadas apresentações musicais de grupos e artistas ligados às diferentes religiões, como o cantor e compositor de Umbanda, Malone Abalim, e a Banda Sinfônica Missionária Ruth Dóris Lemos, da Igreja Assembleia de Deus do Fonseca, de Niterói (RJ). Em parceria com a prefeitura do Rio de Janeiro, foram disponibilizadas tendas de vacinação contra a COVID-19 e a gripe. Além disso, houve atividades para crianças e uma camanha de arrecadação de roupas e agasalhos para doação.

“Nenhum Deus jamais assinou qualquer declaração de guerra. Nenhum Deus aprova preconceitos, intolerâncias, violências. Foram as nossas mãos humanas que fizeram isso e agora essas mesmas mãos, juntos e unidas com a força e as bênçãos do sagrado, precisam resolver isso”, afirmou o professor e babalorixá Márcio de Jagun. O padre Monsenhor Luiz Antônio, coordenador da pastoral de favelas da Arquidiocese do Rio de Janeiro, e o pastor Celso, da Igreja Assembleia de Deus de São Cristóvão, na zona norte da capital, também compartilharam mensagens de apoio.

O objetivo do evento vai além da manifestação em si. O Viva Rio planeja estabelecer uma campanha nacional pelo controle de armas no país, unindo esforços com outras organizações da sociedade civil. A entidade enfatiza a necessidade de políticas de segurança pública mais centradas em atividades de inteligência, rompendo com o ciclo de violência armada. Tião Santos, fundador e diretor de relações institucionais do Viva Rio, destaca a importância de todos abraçarem a causa: “Tenho plena convicção de que existe um outro mundo possível, uma outra sociedade possível, um outro Rio de Janeiro possível. Cada coração que está aqui tem um grãozinho de mostarda que pode nos transformar em um revolucionário pela paz”.

O evento no Aterro do Flamengo representa um momento de união e engajamento em prol do controle das armas de fogo. Com ações como essa, espera-se que a sociedade civil, religiosa e as autoridades trabalhem juntas para promover um ambiente mais seguro e pacífico para todos.

Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2021, as mortes violentas intencionais totalizaram 47.503 vítimas, com 76% dos casos envolvendo o uso de arma de fogo. Um levantamento do Instituto Fogo Cruzado revela que, no mês passado, 20 pessoas foram atingidas por balas perdidas na região metropolitana do Rio de Janeiro, resultando em nove óbitos.

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Adriano Dias

Jornalista militante e fundador da #ComCausa