Campanhas

Três anos sem Aldir Blanc

Aldir Blanc Mendes, faleceu no dia 4 de maio de 2020 no Rio de Janeiro, aos 73 anos, o compositor e escritor brasileiro, não resistiu as complicações causadas pela covid-19, depois de ficar mais de duas semanas na UTI do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe).

Nascido no Rio de Janeiro em 2 de setembro de 1946, ingressou no curso de medicina aos 20 anos e se especializou em psiquiatria, mas deixou a profissão em 1973 para se dedicar exclusivamente à música. Àquela altura, já havia feito sucesso com Amigo é pra essas coisas, parceria com Silvio da Silva Jr. e vice-campeã do Festival Universitário em 1970, fato que fez Blanc se juntar a Ivan Lins, Gonzaguinha e outros para fundar o Movimento Artístico Universitário. Um ano depois, Ela, composição sua com César Costa Filho, foi gravada por Elis Regina. E, em 1972, pela primeira vez a célebre cantora escolhe uma música escrita por Blanc e João Bosco para seu disco, que iniciaria a trajetória de sucesso do trio: Bala com Bala.

Autor de mais de 600 canções, é um dos compositores essenciais para a consolidação da MPB no país e no mundo. Criador de obras-primas como “Bala com Bala”, “O Mestre-sala dos Mares”, “Dois pra Lá, Dois pra Cá”, “De Frente pro Crime”, “Kid Cavaquinho”, “Incompatibilidade de Gênios”, “O Ronco da Cuíca”, “Transversal do Tempo”, “Corsário”, “O Bêbado e a Equilibrista”, “Catavento e Girassol”, “Coração do Agreste” e “Resposta ao Tempo”. Suas composições estão em parcerias com mais de 50 autores como João Bosco, Guinga, Moacyr Luz, Cristovão Bastos, Maurício Tapajós e Carlos Lyra.

Suas primeiras experiências musicais de sucesso, no entanto, vieram anos antes. Em 1968, escreveu a música “A noite, a maré e o amor”, junto com Sílvio da Silva Júnior, que apareceu no III Festival Internacional da Canção.

Em 1969, “De esquina em esquina” (com César Costa Filho), interpretada por Clara Nunes; “Nada sei de eterno” (com Sílvio da Silva Júnior), defendida por Taiguara; e “Mirante” (com César Costa Filho), interpretada por Maria Creuza, foram suas composições no II Festival Universitário da Música Popular Brasileira.

Em 1970, no “V Festival Internacional da Canção”, classificou-se com a composição “Diva” (com César Costa Filho). Neste mesmo ano, “Amigo é pra essas coisas” em parceria com Sílvio da Silva Júnior, interpretado pelo grupo MPB-4, com o qual participou do “III Festival Universitário de Música Popular Brasileira” fez grande sucesso.

Além do campo musical, Blanc publicou em 2006 o livro “Rua dos Artistas e transversais”, que reúne seus livros de crônicas “Rua dos Artistas e arredores” (1978) e “Porta de tinturaria” (1981), e ainda traz outras 14 crônicas escritas para a revista “Bundas” e para o “Jornal do Brasil”.

Por sua contribuição na cultura brasileira, o cantor e compositor foi homenageado no Congresso Nacional dando nome a lei de apoio a cultura, “Lei Aldir Blanc”.

Editoria Virtuo Comunicação

Projeto Comunicando ComCausa

Portal C3 | Instagram C3 Oficial

João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa