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Trezentos anos de Igreja do Pilar

Uma imagem furtada da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar há 50 anos, em Duque de Caxias, foi encontrada com um colecionador em outubro do ano passado. Levaram anos de investigação para chegar a esse final feliz. A imagem representa Betsab – conhecida na Bíblia como esposa do rei Davi e mãe de Salomã0 -, é da primeira metade do século XVIII. 

Dona de um acervo tombado em 1938, a Igreja do Pilar tem uma construção que, por si só, é uma obra de arte. O altar, por exemplo, nos leva ao melhor do barroco joanino com traços de Minas Gerais. Por falar no Estado vizinho, a Igreja ficava em um dos meios de campo entre o Rio de Janeiro e a terra do pão de queijo. Parte do ouro abundante nas cidades mineiras era exportado através do porto desta localidade. Nossa Senhora do Pilar era recanto de fé dos colonizadores, tropeiros, comerciantes e até de Dom Pedro I, que sempre dava uma paradinha quando estava indo de um canto para o outro.

Após ser transformada em pequena capela, a Igreja do Pilar começou a ganhar essa estrutura que conhecemos em 1720. Pensando em defender as riquezas, uma parte do imóvel servia como cabine de observação. Protegia-se assim também de possíveis ataques piratas.

Como pode-se imaginar, muita coisa aconteceu nesses 300 anos, inclusive uma recente obra de restauração. O Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) aportou dois milhões de reais para que as melhorias saíssem do papel. Estima-se que tudo esteja pronto ainda no primeiro trimestre de 2021.

Que essa vacina chegue logo e tenhamos uma festa imensa, do tamanho e da importância da Igreja para o povo de Duque de Caxias e para a história do Brasil.

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Adriano Dias

Jornalista militante e fundador da #ComCausa