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A Importância da Lei Henry Borel no Combate à Violência contra Crianças

No Dia Internacional das Crianças Inocentes Vítimas de Agressão, é fundamental refletirmos sobre a importância da Lei Henry Borel e sua contribuição para a proteção de crianças e adolescentes no Brasil. A Lei nº 14.344/22 surge como um marco legislativo no enfrentamento da violência doméstica e familiar contra menores. Este artigo analisa a relevância dessa lei à luz do aumento preocupante dos casos de agressão infantil e a necessidade de medidas eficazes para proteger nossas crianças.

A violência contra crianças e adolescentes é uma realidade alarmante no Brasil. Dados do 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostram um aumento de 13,8% nos casos de maus-tratos entre 2021 e 2022, com 22.527 registros em 2022. A maioria dessas agressões ocorre no ambiente familiar, perpetradas por pessoas de confiança das vítimas, como pais e padrastos. Este cenário destaca a necessidade urgente de legislação que não apenas penalize os agressores, mas também previna tais crimes e proteja as vítimas.

Promulgada em 2022, a Lei Henry Borel trouxe inovações significativas ao ordenamento jurídico brasileiro. Entre as principais mudanças está a inclusão do homicídio de menores de 14 anos no rol de crimes hediondos, sujeitando os agressores a penas mais severas. A lei também amplia as medidas protetivas de urgência e institui a obrigatoriedade de comunicação de violência por parte de profissionais que tomarem conhecimento do crime.

Essas inovações são cruciais, pois reconhecem a necessidade de proteção integral e imediata para crianças e adolescentes. A lei estabelece que qualquer pessoa que tenha conhecimento de violência contra menores deve denunciar o fato, configurando crime de omissão se não o fizer. Isso reforça a rede de proteção e aumenta a responsabilidade social na defesa dos direitos dos menores.

A Lei Henry Borel não apenas endurece as penas para agressores, mas também promove uma mudança cultural ao enfatizar a necessidade de proteção e cuidado com as crianças e adolescentes. A criação de programas de recuperação e reeducação para agressores é uma medida preventiva que visa romper o ciclo de violência intrafamiliar. A inclusão de crianças e adolescentes como sujeitos de direito com prioridade absoluta na proteção integral fortalece o compromisso do Estado e da sociedade em garantir um ambiente seguro para seu desenvolvimento.

Apesar dos avanços trazidos pela Lei Henry Borel, a efetividade da legislação depende de sua implementação prática. É crucial que as autoridades competentes apliquem rigorosamente as medidas protetivas e que a sociedade civil se engaje na denúncia e combate à violência contra menores. A prevenção deve ser uma prioridade, com investimentos em educação, campanhas de conscientização e suporte às famílias em situação de vulnerabilidade.

No Dia Internacional das Crianças Inocentes Vítimas de Agressão, a reflexão sobre a Lei Henry Borel nos lembra da responsabilidade coletiva em proteger os mais vulneráveis. A lei é um passo importante, mas é necessário um esforço contínuo e coordenado para garantir que nenhuma criança sofra em silêncio e que seus direitos sejam plenamente respeitados. A sociedade brasileira deve continuar lutando por um futuro onde todas as crianças possam crescer em segurança e dignidade, livres de qualquer forma de agressão.

Dia Internacional das Crianças Vítimas de Violência

– Imagem ilustrativa.

Editoria Virtuo Comunicação

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Adriano Dias

Jornalista militante e fundador da #ComCausa