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A importância do combate à alienação parental

A divergência entre pais separados, especialmente em relação à criação de seus filhos, não é um problema novo na sociedade, e a situação trouxe o termo “alienação parental” para o centro das discussões familiares. A pratica da alienação parental ocorre quando um pai ou mãe tenta descontruir os laços afetivos sobre seu parceiro para seu filho ou filha. De acordo com o Datafolha, cerca de 80% dos 20 milhões de crianças de casais separados são vítimas dessa condição.

Hoje, dia 25 de abril, é lembrado o Dia Internacional de Combate à Alienação Parental, uma data extremamente importante para conscientizar sobre os danos causados por essa violência e a importância da igualdade parental na criação de uma criança saudável e feliz. Desde agosto de 2010, o Brasil possui uma legislação específica (Lei nº 12.318/2010) para proteger os direitos das crianças e adolescentes à vida familiar e combater essa prática prejudicial.

Mas o que é a alienação parental?

É uma forma de abuso psicológico que prejudica o desenvolvimento emocional de crianças e adolescentes. É uma interferência na formação psicológica da criança ou adolescente promovida ou induzida por um dos pais, avós ou qualquer adulto que tenha a criança sob sua autoridade, guarda ou supervisão, com a intenção de enfraquecer ou impedir a formação de vínculos entre eles e o pai e a família ampliada.

A alienação parental ocorre quando um dos pais influencia negativamente a opinião da criança sobre o outro pai, resultando muitas vezes na separação ou rejeição da figura paterna ou materna. Isso pode ser extremamente prejudicial para a saúde mental e emocional da criança, afetando sua autoestima, desenvolvimento cognitivo e até mesmo seu relacionamento com a sociedade.

“A alienação parental tem consequências psicológicas graves para a criança, que cresce acreditando que um de seus pais é um agressor, pois cria neles a certeza de que metade de si vem de um ser desprezível. Com isso, a criança perde o direito de conhecer, conviver, amar, criar vínculos, ser igual ou mesmo diferente de seus pais”, explica Andreia Calçada, psicóloga clínica e jurídica, especialista do TJ/RJ em Varas de Família e assistente técnica judicial em tribunais de família e criminal em todo o Brasil.

Por isso, é fundamental que os pais evitem falar mal um do outro na frente dos filhos e priorizem a harmonia e a cooperação em benefício da saúde emocional e psicológica da criança. Em casos mais graves, em que a alienação parental já está em curso, é importante buscar ajuda profissional para lidar com a situação.

A conscientização e o combate à alienação parental são fundamentais para garantir o bem-estar das crianças e adolescentes, bem como a manutenção do direito de convivência com ambos os pais. É preciso entender que a criança não é uma propriedade de nenhum dos pais, e sim um ser humano com direito a um desenvolvimento saudável e feliz, independentemente da separação do casal.

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Adriano Dias

Jornalista militante e fundador da #ComCausa