Rio de Janeiro

Alerj aprova Lei Gui de assistência a pessoas com epidermólise bolhosa

Guilherme Gandra Moura, o jovem de 8 anos que comoveu o país com sua história de luta contra a epidermólise bolhosa, viu um marco importante nesta quinta-feira (29). A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou uma lei que estabelece o Programa de Assistência Especializada para pacientes que sofrem com essa doença genética rara.

O vídeo que Guilherme se tornou conhecido nacionalmente capturou o momento tocante de seu reencontro com a mãe após passar 16 dias em coma devido a uma pneumonia. Embora a internação tenha sido originada por complicações respiratórias, a atenção se voltou para a condição genética do garoto, que lida com a epidermólise bolhosa desde o nascimento.

A legislação, proposta por Tayane Gandra, mãe de Guilherme, prevê o direito a uma pensão paga pelo Estado a pacientes com essa condição. O Programa de Assistência Especializada em Epidermólise Bolhosa na Rede Pública de Saúde será implementado, fornecendo cuidados específicos e apoio financeiro para os pacientes.

Guilherme, torcedor declarado fervoroso do Vasco, participou da votação trajando o uniforme do time e ostentando o símbolo cruz-maltino na cabeça. Após a aprovação da lei, expressou sua alegria:

“Agora vocês vão receber os curativos dos seus filhos borboletas e eles vão se sentir ‘mais melhor ainda’. Bem-vindo à Força Jovem”.

O impacto do projeto vai além de Guilherme, alcançando outros 58 pacientes em tratamento no estado. Tayane Gandra ressaltou a dificuldade de acesso à equipe multidisciplinar e os elevados custos relacionados à doença. A nova legislação também estabelece que as unidades de saúde devem realizar o mapeamento genético de bebês com suspeita de epidermólise bolhosa, notificando os casos à Secretaria de Saúde para encaminhamento ao tratamento.

Outra conquista importante é a proibição das empresas de plano de saúde de limitarem consultas no tratamento da epidermólise bolhosa, eliminando a exigência de tempo de carência para a realização do tratamento. Essa medida visa garantir um suporte abrangente e contínuo aos pacientes afetados por essa condição genética necessária.

Epidermemólise bulhosa:

A epidermólise bolhosa (EB) é um grupo de doenças genéticas raras que afetam a pele e, em alguns casos, como membranas mucosas. Essa condição é caracterizada pela formação de bolhas e erosões na pele em resposta a traumas mínimos ou mesmo sem motivo aparente. A EB é causada por alterações genéticas que afetam a produção de proteínas essenciais para a integridade da pele.

Existem vários tipos de epidermólise bolhosa, sendo os três principais: simples, juncional e distrófica, com base na camada da epiderme ou da derme onde ocorrem as bolhas.

  1. Epidermólise Bolhosa Simples (EBS): Este é o tipo mais comum e geralmente menos grave. As bolhas se formam na camada mais externa da epiderme, conhecida como queratina. Os pacientes com EBS geralmente apresentam uma pele mais frágil e propensão a bolhas, mas as complicações internacionais são raras.
  2. Epidermólise Bolhosa Juncional (EBJ): Neste tipo, as bolhas se formam na especificamente entre a epiderme e a derme. É uma forma mais grave e pode envolver complicações sistêmicas. Os pacientes com EBJ podem ter bolhas na pele, membranas mucosas e, em casos mais graves, problemas internos, como comprometimento do sistema respiratório.
  3. Epidermólise Bolhosa Distrófica (EBD): Este é o tipo mais grave, com bolhas que se formam na derme inferior. Os pacientes com EBD apresentam um risco aumentado de complicações, incluindo infecções, cicatrizes e problemas na boca, esôfago e outras partes do trato gastrointestinal.

Manifestações Clínicas: Os sintomas variam de acordo com o tipo de EB, mas todos os tipos associados a uma característica central de formação de bolhas após o trauma mínimo. Além disso, a pele pode ser extremamente sensível, e as bolhas podem levar feridas que cicatrizam lentamente.

Diagnóstico e Tratamento: O diagnóstico é feito por meio de exames genéticos, biópsias de pele e avaliação clínica. Atualmente, não há cura para a EB, e o tratamento visa aliviar os sintomas e prevenir complicações. Isso pode incluir cuidados com a pele, tratamento de feridas, medicamentos para dor e, em alguns casos, terapia genética.

Impacto na Qualidade de Vida: Um BE pode ter um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes, bem como nas suas famílias. O manejo da condição muitas vezes exige uma abordagem multidisciplinar, envolvendo dermatologistas, geneticistas, fisioterapeutas, nutricionistas e outros profissionais de saúde.

Pesquisas Futuras: A pesquisa em epidermólise bolhosa está em andamento, com esforços concentrados no desenvolvimento de terapias genéticas e outras abordagens inovadoras. Avanços nessas áreas podem proporcionar esperança para melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes com EB.

Em resumo, a epidermólise bolhosa é uma condição genética rara e exige que afeta a pele e, em alguns casos, outras partes do corpo. O tratamento atual visa aliviar os sintomas, mas a pesquisa contínua é crucial para desenvolver abordagens mais eficazes no futuro.

| Editoria Virtuo Comunicação

| Projeto Comunicando ComCausa

| Portal C3 | Instagram C3 Oficial

João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa