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Ato em memória aos Anjos de Realengo nesta sexta

Em 7 de abril de 2011, um ataque ocorreu na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro. O agressor, Wellington Menezes de Oliveira, entrou na escola armado com duas pistolas e matou 12 estudantes e feriu outros 13 antes de cometer suicídio. O ataque chocou o Brasil e o mundo e trouxe à tona discussões sobre a segurança nas escolas e a saúde mental dos jovens.

Desde então, muitas iniciativas foram criadas para homenagear as vítimas do massacre e para manter viva a memória do evento. Uma dessas iniciativas é o ato de memória ao ataque na escola de Realengo, que ocorre anualmente em 7 de abril.

Em 2023, ao completar 12 anos, novamente os familiares e movimentos sociais de enfrentamento à violência, entre eles a ComCausa, estarão na Praça dos Anjos de Realengo – ao lado da escola Tasso da Silveira -, na próxima sexta (07), a partir das 8h30 da manhã em memória das dos jovens do Colégio Tasso da Silveira, um alerta sobre a importância da prevenção ao bullying e à violência nas escolas.

Segundo Adriano Dias, fundador da ComCausa, este ato tem grande importância neste momento em que “a violência nas escolas tem sido um problema crescente no Brasil nos últimos anos. O aumento dos ataques em escolas tem gerado grande preocupação em todo o país e colocado novamente em pauta a discussão sobre segurança de nossas crianças dentro dos colégios e universidades”.

O ato de memória é organizado por familiares das vítimas, ex-alunos, professores, funcionários da escola e outros membros da comunidade. A cerimônia inclui momentos de oração, música e discursos em homenagem aos estudantes que perderam suas vidas no ataque. Também são realizadas atividades de conscientização sobre a importância da prevenção ao bullying e à violência nas escolas, bem como o apoio à saúde mental dos jovens.

Além do ato de memória, outras iniciativas foram criadas em homenagem às vítimas do ataque, como a construção de um memorial ao lado da escola e a criação de uma associação em nome dos estudantes mortos. Essas iniciativas são importantes para manter a memória das vítimas viva e para lembrar a todos sobre a importância da segurança e do cuidado com a saúde mental dos jovens.

Bullying é apontada como principal motivo

Por mais que as motivações dos ataques em escolas tenham diversas motivações, a prática do bullying é apontada como um dos principais gatilhos que acionam os atos violentos. Segundo documento do governo federal, divulgado em dezembro de 2022:

“São normalmente associados ao bullying e situações prolongadas de exposição a processos violentos, incluindo negligências familiares, autoritarismo parental e conteúdo disseminado em redes sociais e aplicativos de trocas de mensagem”.

ComCausa promoverá semana contra o bullying

A ComCausa promoverá nesta semana uma campanha contra o bullying, a finalidade é conscientizar a sociedade sobre os efeitos negativos desse comportamento.

O bullying pode ter um impacto significativo na vida das pessoas, especialmente na infância e na adolescência, e pode levar a problemas emocionais, sociais e físicos. Existem muitas maneiras de promover uma campanha contra o bullying. Aqui estão algumas ideias:

Eduque as crianças: Ensine as crianças desde cedo sobre o respeito e a tolerância em relação aos outros, e ajude-as a entender a importância de tratar os outros com gentileza e compaixão.

Espalhe a palavra: Divulgue informações sobre o bullying em sua comunidade. Isso pode incluir publicações em redes sociais, cartazes em escolas, igrejas e locais públicos.

Organize eventos: Realize eventos como palestras, workshops, debates e atividades educacionais que ajudem as pessoas a entenderem melhor o bullying e seus efeitos negativos.

Crie um ambiente seguro: Trabalhe para criar um ambiente seguro em sua comunidade, escola ou local de trabalho, onde as pessoas se sintam à vontade para falar sobre bullying e procurar ajuda.

Incentive a denúncia: Encoraje as pessoas a denunciar casos de bullying e ofereça suporte emocional e prático a vítimas e agressores.

Lembre-se de que a campanha contra o bullying é um processo contínuo e requer esforços constantes para ser eficaz. Com trabalho em equipe e dedicação, é possível criar uma comunidade mais saudável e segura para todos.

ComCausa promoverá semana contra o bullying

Ataques em escolas em 2023

Até o fechamento desta matéria, o Brasil teve mais um ataque letal na Escola Estadual Thomazia Montoro, no bairro Vila Sônia, em São Paulo. Um adolescente de 13 anos matou quatro professoras e um aluno com uma fana na manhã de segunda-feira, dia 27 de março. A professora Elisabete Tenreiro, de 71 anos, teve uma parada cardíaca e morreu no Hospital Universitário da USP e faleceu.

No dia seguinte, terça-feira dia 28 de março, um adolescente, de 15 anos tentou um ataque com faca na Escola Municipal Manoel Cícero, na Gávea, zona sul do Rio. O jovem foi imobilizado por funcionários do colégio e acabou se ferindo na cabeça, sem gravidade. Policiais militares levaram para a delegacia de polícia que apurou que o adolescente estaria ressentido após uma suposta desilusão amorosa. Entretanto, existe a suspeita de envolvimento do adolescente com fóruns de promoção da violência na internet. Além do agressor, uma menina, que seria o alvo do agressor, foi ferida levemente.

Ataques impedidos pela polícia

Na semana anterior ao ataque a Escola Estadual Thomazia Montoro, a Interpol polícia internacional deu um alerta para sobre um novo ataque. Foi identificado a partir de rastreamento na deep web – a parte da internet que não pode ser encontrada por ferramentas de busca comuns -, e a Polícia Federal foi acionada e descobriu que um menor de 17 anos planejava um ataque à escola no Rio. Os agentes da Polícia Federal chegaram a ir à unidade de ensino do menino. No entanto, os investigadores federais descobriram que ele era menor de idade e, por isso, o caso foi transferido para a Delegacia de Proteção ao Adolescente (DPCA) e ele foi apreendido na sexta-feira (24). O jovem exibia suásticas e fazia e saudação nazista em vídeos nas redes de internet.

Já na sexta, dia 31 março, a Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) cumpriu mandados de busca e apreensão em uma operação contra um possível ataque a outra escola no Rio de Janeiro. O celular de uma adolescente, de onde, segundo a polícia, partiram as ameaças, foi apreendido e tinha mensagens com menção a ataques em escolas de educação infantil e informações de que seriam adotados todos os cuidados para que o plano não fracassasse. Após a apreensão, a adolescente admitiu, em depoimento, que pensava em matar seus colegas e se suicidar logo depois. A jovem aparentemente tem problemas de relacionamento na escola, é órfã de mãe e é vítima de bullying. O Conselho Tutelar e a Secretaria Municipal de Educação foram acionados para dar apoio psicológico à adolescente

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Emanoelle Cavalcanti

Acadêmica de psicologia, voluntária na Ong Médicos do Mundo