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Brasil está entre os dez piores ataques a colégios do mundo

Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado um aumento preocupante de episódios de violência extrema nas escolas. De acordo com um estudo ainda em andamento conduzido por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), foram registrados 23 ataques nas últimas duas décadas, resultando em 30 mortes. Vale ressaltar que essa estatística não inclui a tragédia ocorrida em Blumenau.

Chama atenção que quase metade desses ataques (10) ocorreu recentemente, a partir do último semestre de 2022. Se antes a motivação maior era vingança, por conta de episódios de bullying, hoje atribui-se grande parte dos atentados ao discurso de incentivo a crimes de ódio.

Relembre os dez maiores atentados em escolas no mundo: 

01. Fujian, na China, em 2010 – 8 mortos
Um médico de 41 anos, matou a facadas oito crianças e feriu outros cinco alunos de uma escola primária. Ele foi contido por pessoas que passavam pelo local e seguranças da escola. Autoridades chinesas disseram que o autor sofria de transtornos psiquiátricos. Ele foi preso pouco depois do ataque.

02. Santa Fe High School, Texas (EUA), em 2018 – 10 mortos
Um adolescente de 17 anos matou 10 pessoas a tiros e deixou outras 10 feridas na Santa Fe High School, no Texas, Estados Unidos. Dimitrios Pagourtzis, que foi preso pela polícia, usou uma espingarda e um revólver calibre 38 de seu pai, que tinha autorização para possuir armas. As vítimas foram 9 estudantes e um professor. O agressor se rendeu quando a polícia chegou ao colégio e relatou que tinha a intenção de se matar, mas que não teve coragem. Ele está preso na Gavelstone County Jail, e deve enfrentar júri neste ano.

03. Realengo (RJ), Brasil, em 2011 – 13 mortos
No dia 7 de abril de 2011, um ex-aluno de 23 anos entrou armado com dois revólveres, às 8:30, na Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O ex-aluno do colégio atirou contra 23 estudantes em salas de aula lotadas. Matou 12 adolescentes – 10 meninas e 2 meninos com idades entre 12 e 14 anos. Em seguida, se matou com um tiro na cabeça. Em vídeos gravados antes do crime, o agressor disse que sofreu bullying na escola. O massacre gerou grande comoção em todo o país.

04. Columbine High School, Colorado (EUA), em 1999 – 15 mortos
Dois jovens, de 18 e de 17 anos, atiraram contra estudantes e professores da Columbine High School, em Colorado, nos Estados Unidos, em 20 de abril de 1999. Usando máscaras e roupas negras, os dois percorreram os corredores e as salas da escola com revólveres e bombas caseiras. Mataram 13 alunos e um professor, antes de trocarem tiros com a polícia.

Durante o confronto, ambos se suicidaram. O massacre comoveu o mundo e se tornou um marco na história americana.

05. Winnenden, na Alemanha, em 2009 – 16 mortos
Um jovem de 17 anos, invadiu sua antiga escola e iniciou um massacre que terminou com a morte de 16 pessoas, incluindo o próprio atirador, em Winnenden, no estado de Baden-Württemberg, sudoeste da Alemanha. O agressor se suicidou após atingir os colegas e professores e ser perseguido pela polícia. Ele usou uma pistola que pertencia aos pais. Após o ocorrido, a Alemanha endureceu as leis sobre posse de armas.

06. Marjory Stoneman Douglas High School, na Flórida (EUA), em 2018 – 17 mortos
Um atirador de 19 anos abriu fogo contra alunos e professores da escola pública Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, na Flórida. O ataque deixou 17 mortos. O homem apontado pelas autoridades como o responsável pelo ataque, havia sido expulso da escola por “motivos disciplinares”. Ele está preso.

07 – Sandy Hook Elementary School, em Connecticut (EUA), em 2012 – 26 mortos
Um atirador abriu fogo na escola primária Sandy Hook School, em Newtown, no Estado de Connecticut, deixando 27 pessoas mortas, entre as quais 20 crianças e o próprio autor dos disparos. O atirador foi identificado como um jovem de 20 anos.

08. Virginia Tech University, na Virgínia (EUA), em 2007 – 32 mortos
O mais sangrento massacre numa instituições de ensino dos Estados Unidos ocorreu na Universidade Estadual da Virgínia, conhecida como Virginia Tech, na cidade de Blacksburg. Armado com duas pistolas, um estudante matou 32 pessoas. O jovem de origem sul-coreana trancou algumas das principais portas de um dos edifícios da universidade e passou de sala em sala atirando em quem via pela frente. Logo após o massacre, ele se matou.

09. Oslo e Ilha de Utoya, Noruega, em 2011 – 77 mortos
Um dos massacres mais sangrentos da hisória recente ocorreu na Noruega. O extremista de direita abriu fogo em 22 de julho de 2011 contra jovens que participavam de um acampamento de verão na ilha de Utoya, matando 69 pessoas – mais de 30 tinham menos de 18 anos. Antes deste atentado, o agressor matou outras oito pessoas em Oslo, capital da Noruega. O assassino foi condenado a 21 anos de prisão, mas as leis norueguesas permitem que o prazo de detenção seja estendido indefinidamente, no caso de os condenados serem considerados de alta periculosidade.

O massacre foi considerado a pior tragédia vivida pela Noruega desde do fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Recentemente, a Universidade de Oslo gerou polêmica ao aceitar pedido de do atirador para fazer um curso da instituição.

10. Beslan, na Rússia, em 2004 – 330 mortos
Durante três dias, cerca de 30 extremistas chechenos fizeram mais de mil reféns, incluindo cerca de 800 crianças, numa escola russa em Beslan, na Ossétia do Norte. Entre as exigências deles estava o fim da Guerra da Chechênia.

Vários reféns foram executados e os militantes colocaram explosivos no ginásio onde reuniram o restante das crianças. As forças de segurança russas decidiram invadir o local no terceiro dia, numa operação que deixou mais de 300 mortos, entre os quais mais de 180 crianças.

O governo russo foi acusado internacionalmente de usar força excessiva, e analistas apontam o episódio como catalisador de reformas que levaram a uma maior concentração de poder presidencial e uma diminuição das liberdades individuais no país.

O que provoca o aumento da violência nas escolas

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Adriano Dias

Jornalista militante e fundador da #ComCausa