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Caso Amarildo ganha documentário na GloboPlay

No Globoplay, nesta sexta-feira (14), o documentário “Cadê o Amarildo?” Estreou. O filme conta em detalhes a história de como o pedreiro Amarildo de Souza desapareceu há exatos dez anos na Rocinha, favela carioca.

O documentário surgiu de uma pergunta: “Cadê o Amarildo?” Mas este não é um crime sem respostas. O pedreiro Amarildo de Souza desapareceu após ser detido por policiais militares em frente a sua casa na Rocinha.

O jornalismo investigativo no documentário reconstrói passo a passo o que aconteceu na Rocinha na noite de 14 de julho de 2013, e traz informações exclusivas, como depoimentos de testemunhas que nunca foram ouvidas no processo por serem consideradas desaparecidas.

As filmagens aconteceram nos Estúdios Globo e na favela, utilizando cenários virtuais 3D construídos e projetados em painéis de LED, com atores do Instituto Arteiros da Favela Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio.

Dez anos depois, o documentário volta às ruas e becos da Rocinha. Ele aprofunda o emaranhado de acontecimentos na noite do desaparecimento de Amarildo e apresenta detalhes do julgamento dos policiais militares envolvidos no caso, que ajudam a esclarecer o crime. Pela primeira vez, os detalhes daquela noite são vistos e ouvidos nas vozes das principais testemunhas do julgamento.

“Um dos diferenciais desse documentário que queríamos trazer ao público é a recriação de algumas cenas para criar uma conexão mais próxima com o público. Todos os diálogos ali são totalmente fiéis ao que foi dito no julgamento de 2014”, diz roteirista Andrey Frasson.

Tornou-se um caso que chamou a atenção dentro e fora do Brasil. O documentário traz entrevistas com a família de Amarildo e autoridades de segurança da época.

“Amarildo acaba se tornando um símbolo, de fato, da violência no Rio de Janeiro que não acabou. Sabemos que Amarildo, na verdade, representa muitos Amarildos. Quantas pessoas conhecemos que desaparecem?” Diz Clarissa Cavalcanti, diretora de produção.

O lançamento de “Cadê o Amarildo?” Reuniu a equipe de filmagem, amigos e a família de Amarildo.

“Quero que isso acabe o mais rápido possível porque dói em mim, nos meus filhos e na população que fica perguntando onde está o Amarildo depois de 10 anos”, diz Elizabete Gomes da Silva, viúva de Amarildo.

“A luta não vai parar até que tenhamos uma resposta sobre onde estão os restos mortais do meu pai. Vou continuar lutando”, diz Anderson Dias, filho de Amarildo.

“Este documentário vem, acima de tudo, para ajudar a nossa voz a ser ouvida porque se não tivermos iniciativas como esta, a nossa história morre, e não podemos deixar morrer a nossa história como tantas outras, e não podemos deixar a minha a história do tio seja esquecida”, diz Michelle Lacerda, sobrinha de Amarildo.

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Débora Barroso

Jornalista comunitária e colaboradora da ComCausa.