Caso Thiago: Corregedoria da PM realiza operação contra policiais envolvidos no caso
Na manhã de terça-feira, dia 29, foram confiscados cinco dispositivos móveis pertencentes a quatro membros da Polícia Militar que estiveram envolvidos na operação. Após um período de 17 dias de investigação, a Corregedoria da Polícia Militar exigiu a detenção preventiva dos agentes.
Nesta terça-feira, 29 de agosto, o Ministério Público e a Corregedoria da Polícia Militar realizaram uma operação para executar cinco mandatos de busca e apreensão direcionados aos policiais militares suspeitos de participação na morte do jovem Thiago Menezes Flausino, ocorrida em 7 de agosto, na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Os agentes cumpriram os mandatos em locais de residência e batalhões associados aos PMs em questão, resultando na apreensão dos aparelhos celulares do capitão Diego Geraldo Rocha de Souza e dos cabos Diego Pereira Leal, Aslan Wagner Ribeiro de Faria, Silvio Gomes dos Santos e Roni Cordeiro de Lima. No total, cinco dispositivos móveis foram confiscados.
Na ocasião dos fatos, os alvos desempenharam funções no Batalhão de Choque, uma unidade de elite da Polícia Militar do Rio.
Os mandados foram emitidos pela 2ª Vara Criminal da Comarca da Capital, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Conforme esclarecido pelo inquérito conduzido pelo Ministério Público do Estado (MPRJ), foram identificados casos de omissão de socorro e abuso de autoridade, com a intenção de dissimular e divulgar informações incompletas para obstruir a investigação.
Thiago Flausino sofreu três tiros, sendo um nas costas, outro atravessando as duas canelas e o último atingindo uma das pernas. O adolescente estava na garupa de uma motocicleta, acompanhado por um amigo, quando foi alvo dos tiros.
Após um período de 17 dias de averiguações, a Corregedoria da Polícia Militar solicita a detenção preventiva dos policiais.
No requisito de prisão dos agentes, a corregedoria explicou que, caso permanecessem em liberdade, poderiam eliminar eventuais obrigações do delito, além de exercer pressão sobre testemunhas. O inquérito também concluiu que os PMs optaram deliberadamente por distorcer a verdade em seus depoimentos iniciais prestados na delegacia.
O investigador também identificou que os PMs utilizaram um veículo não identificável durante a ação que culminou na morte do jovem. Essa informação contraria as suspeitas levantadas pela família de Thiago, que já havia relatado a irregularidade.
As diligências foram efetuadas em regiões de Bangu e Taquara, na Zona Oeste, Olaria e Tijuca, na Zona Norte, além do Centro de Nilópolis, na Baixada Fluminense, locais associados às residências dos PMs.
Adicionalmente, os mandados foram cumpridos nos batalhões de Choque, 3º BPM (Méier), 19º BPM (Copacabana), 20º BPM (Mesquita) e 23º BPM (Leblon).
Novos depoimentos:
No dia 28 desta segunda-feira, os quatro policiais militares deram um novo testemunho na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). O conteúdo das declarações feitas individualmente por cada um desses policiais não foi divulgado.
O interrogatório aconteceu 21 dias depois de os policiais terem apresentado uma arma na unidade especializada, alegando que ela tinha sido encontrada com o jovem falecido. O grupo já enfrentou acusações em um inquérito da corregedoria da polícia militar por terem manipulado provas indevidamente.
A suspeita da Corregedoria é de que os agentes tenham ligado falsamente a arma ao adolescente.
Na época dos incidentes, membros da força policial foram lotados no Batalhão de Choque, mas desde então foram transferidos para diferentes unidades.
Nos depoimentos feitos pelos policiais à Corregedoria, eles presumiram ter disparado pelo menos 42 tiros, além de terem usado um veículo pessoal dos policiais e duas aeronaves não tripuladas.
Relembre o caso:
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