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Dia do Protesto Mundial contra o Uso do Eletrochoque

O uso do eletrochoque, também conhecido como terapia eletroconvulsiva (TEC), é um tema controverso na área da saúde mental. Embora tenha sido historicamente utilizado como uma forma de tratamento para transtornos mentais graves, como a depressão resistente ao tratamento, há críticas significativas em relação a essa prática. Abaixo estão alguns argumentos contra o uso do eletrochoque:

  1. Efeitos Colaterais Severos:
    • O tratamento com eletrochoque está associado a uma série de efeitos colaterais, incluindo perda de memória, confusão e disfunção cognitiva. Os pacientes relatam frequentemente lapsos de memória retroativa e anterógrada, o que pode ter impactos significativos na qualidade de vida.
  2. Falta de Compreensão sobre Mecanismos de Ação:
    • Ainda não se compreende completamente como o eletrochoque funciona. Há uma falta de clareza sobre os mecanismos pelos quais a terapia eletroconvulsiva alivia os sintomas de transtornos mentais, levantando questões sobre a validade e a ética do procedimento.
  3. Uso excessivo e desnecessário:
    • Alguns críticos argumentam que o eletrochoque é usado de maneira excessiva e, em alguns casos, desnecessário. Existem dúvidas de que ele seja aplicado sem uma avaliação adequada de alternativas menos invasivas e que sua prescrição possa ser influenciada por fatores econômicos.
  4. Falta de Consentimento Informado Adequado:
    • Os pacientes muitas vezes relatam uma falta de compreensão adequada dos riscos associados ao tratamento com eletrochoque. A autorização informada pode ser comprometida, levantando questões éticas sobre a administração do procedimento.
  5. Estigma e Estereótipos:
    • O uso do eletrochoque é muitas vezes envolvido em estigma e estereótipos negativos. Isso pode levar a uma relutância por parte dos pacientes em buscar tratamento, contribuindo para o estigma em torno da saúde mental.
  6. Desenvolvimento de Alternativas Mais Seguras:
    • À medida que avançam as pesquisas em saúde mental, novas alternativas menos invasivas e ambientais mais seguras estão sendo desenvolvidas. Argumenta-se que é mais prudente direcionar recursos para o desenvolvimento dessas alternativas do que continuar a depender de um tratamento que levante sérias preocupações éticas e de segurança.
  7. Violação dos Direitos Humanos:
    • Em alguns casos, o uso solicitado de eletrochoque em pacientes sem seu consentimento levanta questões de violação de direitos humanos. Isso destaca a necessidade de garantir que os tratamentos psiquiátricos respeitem os princípios fundamentais de autonomia e dignidade.

Em resumo, embora alguns defensores argumentem que o eletrochoque pode ser eficaz em certos casos, os críticos destacam seus efeitos colaterais significativos, a falta de compreensão dos mecanismos de ação, o estigma associado e a necessidade de buscar alternativas mais seguras e éticas. A decisão sobre o uso do eletrochoque deve ser baseada em uma avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios, levando em consideração as preferências e direitos do paciente.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa