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Favelas na Baixada Fluminense: Um Panorama Complexo

As comunidades da Baixada Fluminense manifestam um fenômeno social intricado, onde a ocupação desordenada se destaca como uma característica proeminente em praticamente todos os municípios. Ao contrário de certos núcleos urbanos nas principais cidades, as favelas nessa região são mais notáveis pelos conflitos na segurança pública do que pela compreensão da ocupação estrutural e econômica que define esses territórios.

Este artigo aborda um pouco da complexidade desse cenário, destacando os desafios significativos relacionados à urbanização, qualidade de vida, controle territorial, criminalidade, questões urbanas e ambientais, além dos aspectos sociais que são determinantes para a caracterização dos territórios.

Controle territorial e criminalidade

A descrição da “favela” na Baixada Fluminense está características associadas ao controle territorial exercido por organizações criminosas. Ao explorar municípios como Duque de Caxias, São João de Meriti e Belford Roxo, observa-se que cerca de 70% da população reside em áreas com semelhanças às favelas presentes na capital. Em localidades como Nilópolis, Duque de Caxias, São João de Meriti e Belford Roxo, a ocupação desordenada é uma realidade, sendo que a designação específica de favela frequentemente está ligada ao domínio dessas regiões por grupos criminosos. É relevante destacar que a Chatuba, em Mesquita, foi oficialmente categorizada como favela apenas após uma tragédia ocorrida em 2012. A ComCausa, que acompanhou os familiares na época, testemunhou que esse incidente levou a imprensa a passar a denominar o bairro como favela.

Desafios urbanos e ambientais

Essas localidades enfrentam desafios significativos no acesso aos direitos dos moradores e na segurança, impactando diretamente a qualidade de vida. Como exemplos, mencionamos a Vila Operária em Duque de Caxias e a Favela da Chatuba, compartilhada por Mesquita e Nilópolis. Ambas sofrem com a carência de serviços básicos, incluindo educação, saúde e saneamento. A ausência de áreas verdes e espaços de lazer contribui para um ambiente urbano desafiador, perpetuando desigualdades, especialmente entre a população mais vulnerável.

Aspectos sociais e desafios:

Em outras ares com os bairros da Estrada de Madureira, que não são caracterizadas como favelas, há desafios sociais semelhantes, como falta de oportunidades econômicas, acesso à educação de qualidade e serviços públicos adequados. Compreender não apenas a geografia, mas também os aspectos sociais dessas comunidades é essencial para o desenvolvimento de políticas públicas abrangentes. Entretanto como a região está no centro de uma disputa entre milícias e narcotraficantes que utilizam este corredor de acesso a zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro como zona de influência a mesma passa a ter seus bairros chamados de favela sempre que narrados de casos de conflitos.

A complexidade das favelas na Baixada Fluminense requer uma abordagem ampla das políticas públicas, indo além da melhoria da infraestrutura. Intervenções eficazes devem incluir programas sociais, educação, saúde, moradia, oportunidades de emprego e uma abordagem integrada à segurança pública. O envolvimento ativo das comunidades locais é crucial para transformar a realidade dessas áreas e promover uma qualidade de vida digna para todos.

Segue abaixo uma lista de algumas comunidades consideradas favelas na Baixada Fluminense, com seus números aproximados de moradores, conforme disponível em alguns sites de pesquisa.

São João de Meriti:

Morro do Amorim: Cerca de 10 mil habitantes, localizada no bairro de mesmo nome.
Morro do Conceito: Uma das mais antigas, aproximadamente 5 mil habitantes, no bairro Jardim Meriti.
Morro do Castelar: Uma das mais populosas, cerca de 8 mil moradores, no bairro de mesmo nome.
Morro do Caramujo: Cerca de 4 mil habitantes, situada no bairro homônimo.

Duque de Caxias:

Favela do Lixão: Uma das maiores, com aproximadamente 20 mil residentes, no bairro de mesmo nome.
Mangueirinha: Uma das mais conhecidas, cerca de 10 mil habitantes, também situada no bairro de mesmo nome.
Morro do Sapo: Uma das mais populosas, aproximadamente 5 mil habitantes, no bairro de mesmo nome.
Favelinha do Bilac: Uma das mais antigas, com cerca de 3 mil moradores, no bairro de mesmo nome.

Mesquita e Nilópolis:

Favela da Chatuba: Cerca de 30 mil habitantes compartilham esse território.

Nova Iguaçu:

Favela do Inferninho ou Ben 10: Uma das mais populosas, cerca de 10 mil habitantes, no bairro de mesmo nome.
Morro do Carvão: Uma das mais antigas, aproximadamente 5 mil moradores, no bairro de mesmo nome.
Morro do Urubu: Uma das mais populosas, abrigando cerca de 8 mil pessoas, no bairro de mesmo nome.
Morro do Banco: Uma das mais antigas, com cerca de 3 mil habitantes, situada no bairro de mesmo nome.

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Adriano Dias

Jornalista militante e fundador da #ComCausa