Rio de Janeiro

Indústria é investigada por poluição no Guandu e pode ser interditada

Força-tarefa governamental identifica empresa como responsável por despejo de surfactante no Rio Queimados, causando paralisação na Estação de Tratamento do Guandu e impactando municípios vizinhos.

Uma investigação conduzida por uma força-tarefa composta pela Polícia Civil, Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), sob a coordenação do Governo do Estado, trouxe à tona uma grave situação de poluição hídrica que resultou na interdição iminente das atividades da empresa Burn Indústria e Comércio Ltda.

Localizada no Distrito Industrial de Queimados, a empresa foi apontada como a responsável pelo despejo de surfactante, um composto presente em detergentes, no Rio Queimados, causando a interrupção por mais de 13 horas na Estação de Tratamento do Guandu. O incidente impactou diretamente a vida de aproximadamente 11 milhões de pessoas em diversas cidades, incluindo Rio de Janeiro, Duque de Caxias, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Mesquita, Nilópolis, Belford Roxo e Queimados.

A divulgação dos resultados da investigação aconteceu em uma coletiva de imprensa realizada na sede da Cedae, no Centro do Rio, na terça-feira (29). Na ocasião, autoridades como o governador em exercício e secretário estadual do Ambiente e Sustentabilidade, Thiago Pampolha, o presidente da Cedae, Aguinaldo Ballon, o presidente do Inea, Philipe Campello, o secretário de Polícia Civil, Fernando Albuquerque, e o delegado Wellington Vieira, titular da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), estiveram presentes para apresentar os desdobramentos da investigação.

De acordo com o governador em exercício, dentro da galeria de águas pluviais da Burn, foram identificadas anormalidades, incluindo a presença de resíduos do mesmo material que provocou a paralisação da Estação de Tratamento do Guandu. A constatação fortaleceu ainda mais as evidências que conectam a empresa ao grave incidente ambiental.

Cabe ressaltar que, anteriormente, a Prefeitura de Queimados já havia emitido um embargo administrativo contra a empresa por descumprimento de licença ambiental municipal. Contudo, os desdobramentos da investigação agora direcionam a situação para o âmbito criminal. A Polícia Civil encaminhará um pedido de interdição das atividades produtivas da Burn Indústria e Comércio Ltda, considerando a gravidade do crime de poluição hídrica e seus impactos na saúde pública e no meio ambiente.

Philipe Campello, presidente do Inea, enfatizou que a empresa será responsabilizada por crime ambiental, sinalizando um posicionamento rigoroso das autoridades em relação à proteção do meio ambiente e à punição de infrações que ameacem os recursos naturais e a qualidade de vida da população.

O desfecho dessa investigação continua sendo acompanhado de perto pela sociedade e pelos órgãos competentes, ressaltando a importância da fiscalização ambiental e da aplicação de medidas rigorosas contra práticas que coloquem em risco a saúde pública e a sustentabilidade do ecossistema.

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Débora Barroso

Jornalista comunitária e colaboradora da ComCausa.