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Memória: Massacre do Carandiru

O Massacre do Carandiru, ocorrido em 2 de outubro de 1992, permanece como um dos episódios mais trágicos e violentos da história penitenciária brasileira. Durante uma operação policial na antiga Casa de Detenção de São Paulo, 111 presos foram mortos no Pavilhão 9, onde uma rebelião estava em andamento. Esse ato brutal deixou marcas profundas na sociedade brasileira e reverberou tanto no país quanto no exterior, gerando críticas intensas sobre o uso desproporcional de força por parte da polícia.

O estopim para o massacre foi uma briga entre dois detentos no Pavilhão 9, setor destinado a réus primários, que rapidamente se transformou em uma rebelião generalizada. Os presos destruíram celas, incendiaram colchões e, diante do caos, as autoridades solicitaram a intervenção da Polícia Militar. Um contingente de 341 policiais, fortemente armados, foi mobilizado para controlar a situação. No confronto, os policiais abriram fogo contra os detentos, resultando na morte de 111 prisioneiros e ferindo outros 110. Notavelmente, nenhum policial foi morto ou ferido durante a ação.

A operação foi liderada pelo coronel Ubiratan Guimarães, que posteriormente seria julgado e condenado por seu papel no massacre. Contudo, em um desdobramento polêmico, sua sentença foi revertida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. O massacre do Carandiru é considerado o mais letal já realizado pela polícia em ambiente penitenciário no Brasil, e sua brutalidade gerou críticas de diversas organizações de direitos humanos, tanto nacionais quanto internacionais.

Massacre do Carandiru: Capítulo sombrio na história do Brasil

O Massacre do Carandiru, ocorrido em 2 de outubro de 1992, permanece como um dos episódios mais trágicos e violentos da história penitenciária brasileira. Durante uma operação policial na antiga Casa de Detenção de São Paulo, 111 presos foram mortos no Pavilhão 9, onde uma rebelião estava em andamento. Esse ato brutal deixou marcas profundas na sociedade brasileira e reverberou tanto no país quanto no exterior, gerando críticas intensas sobre o uso desproporcional de força por parte da polícia.

O contexto do massacre

O estopim para o massacre foi uma briga entre dois detentos no Pavilhão 9, setor destinado a réus primários, que rapidamente se transformou em uma rebelião generalizada. Os presos destruíram celas, incendiaram colchões e, diante do caos, as autoridades solicitaram a intervenção da Polícia Militar. Um contingente de 341 policiais, fortemente armados, foi mobilizado para controlar a situação. No confronto, os policiais abriram fogo contra os detentos, resultando na morte de 111 prisioneiros e ferindo outros 110. Notavelmente, nenhum policial foi morto ou ferido durante a ação.

A operação foi liderada pelo coronel Ubiratan Guimarães, que posteriormente seria julgado e condenado por seu papel no massacre. Contudo, em um desdobramento polêmico, sua sentença foi revertida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. O massacre do Carandiru é considerado o mais letal já realizado pela polícia em ambiente penitenciário no Brasil, e sua brutalidade gerou críticas de diversas organizações de direitos humanos, tanto nacionais quanto internacionais.

Repercussões e consequências

A tragédia no Carandiru teve consequências imediatas e de longo prazo. Pedro Franco de Campos, então secretário de Segurança Pública de São Paulo, foi destituído do cargo e substituído por Michel Temer. O massacre também manchou a imagem internacional do Brasil, que foi denunciado na Comissão Interamericana de Direitos Humanos. No entanto, apesar das promessas do governo brasileiro de realizar uma investigação rigorosa e responsabilizar os culpados, poucos resultados concretos foram alcançados nas três décadas seguintes.

A tragédia também desencadeou mudanças no sistema prisional paulista. Para aliviar a superlotação das penitenciárias, o número de presídios no estado aumentou consideravelmente. Analistas apontam que o massacre pode ter contribuído para o fortalecimento das facções criminosas dentro das prisões, como o surgimento do Primeiro Comando da Capital (PCC), organização que se consolidou nos anos subsequentes.

Em 2002, dez anos após o massacre, o complexo penitenciário do Carandiru foi parcialmente demolido, simbolizando o fim de uma era marcada por violência e superlotação carcerária.

 

O episódio também provocou alterações na formação dos policiais militares e transformou o sistema prisional paulista. Para aliviar a superlotação nas penitenciárias existentes, o número de presídios foi aumentado exponencialmente. Analistas sugerem que o massacre no Carandiru poderia ter desencadeado uma ocorrência criminosa em São Paulo, contribuindo para a profissionalização do crime e o surgimento do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Julgamento dos responsáveis pelo massacre

Em um desdobramento complexo e controverso, o coronel encarregado do comando da operação no infame Massacre do Carandiru, Ubiratan Guimarães, foi inicialmente julgado e condenado pelo veredicto de um júri popular. Entretanto, em 2006, o Tribunal de Justiça de São Paulo reverteu sua sentença. Uma perícia realizada nesse contexto revelou que a maioria das vítimas não se encontravam fora de suas celas, estabelecendo uma ação policial com a suposta intenção de causar mortes.

Após a reversão de sua pena, o coronel teve um desfecho trágico em sua vida. Ele foi assassinado em seu apartamento, embora este ato não estivesse relacionado ao massacre. O motivo por trás desse crime foi considerado passional, sendo perpetrado por sua então namorada. Curiosamente, as ofertas de policiais envolvidos no evento foram condenados, mas, até o momento, nenhum deles se encontra detido.

O julgamento de 73 policiais acusados ​​e condenados por 111 assassinatos no Carandiru cometidos em penas que chegam a alcançar até 624 anos de prisão. Em uma reviravolta jurídica, em 2016, três desembargadores anularam essas penas. Contudo, em 2022, o Supremo Tribunal Federal manteve as condenações, embora esses policiais continuem respondendo ao processo em liberdade.

Reflexão
O Massacre do Carandiru continua a ser um símbolo das falhas estruturais do sistema penitenciário e da violência institucional no Brasil. Três décadas depois, a tragédia permanece como um lembrete da necessidade urgente de reformas profundas, tanto no tratamento dado às populações encarceradas quanto na responsabilização daqueles que abusam do poder. O episódio também destaca a fragilidade dos direitos humanos no contexto carcerário e a importância de se construir uma justiça verdadeiramente equitativa.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa