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Memória: Assassinato o líder indígena Sepé Tiaraju líder da resistência dos Sete Povos das Missões

Sepé Tiaraju, nascido em torno de 1723 em Rio Pardo e falecido em 7 de fevereiro de 1756 em São Gabriel, Rio Grande do Sul, foi um destemido guerreiro indígena da etnia guarani, que conquistou a devoção popular e recebeu o título de “herói guarani missioneiro rio-grandense” por meio de legislação. Como líder e guerreiro dos Sete Povos das Missões, ele desempenhou um papel central na resistência contra o Tratado de Madrid, sendo considerado um mártir dessa causa.

Histórico por sua resistência aos ataques militares espanhóis e portugueses durante o período colonial, Sepé Tiaraju liderou a luta na região habitada pelos indígenas Guaranis dos Sete Povos das Missões, uma vasta área que se estendia pelo sul do Brasil e norte da Argentina, próxima à fronteira com o Paraguai. A morte de Sepé, em 2 de fevereiro de 1756, em confronto com os espanhóis, desencadeou movimentos subsequentes de luta indígena, motivados pela tentativa de desocupação dos territórios dos Sete Povos das Missões, conforme estipulado no Tratado de Madrid.

A resistência liderada por Sepé Tiaraju contou com o apoio de alguns missionários jesuítas, incluindo Padre Altamirano e Padre Balda, que estavam na região com a missão de catequizar os índios sob ordens da metrópole. Este apoio, destacado nos relatos sobre a vida de Sepé, contrasta com a postura, predominantemente contrária às lutas indígenas, adotada pelos jesuítas da época.

A narrativa da vida de Sepé Tiaraju transcendeu os registros históricos e tornou-se tema literário notável. “Romance dos Sete Povos das Missões”, de 1975, escrito por Alcy Cheuiche, é considerada uma obra crucial que retrata a vida do guerreiro indígena, cujo legado permanece como um ícone heroico na história do povo rio-grandense, contribuindo para a formação da identidade e do território do Rio Grande do Sul.

Em 19 de abril de 2006, a cidade de São Luiz Gonzaga, Missões, RS, Brasil, homenageou o líder Sepé Tiaraju ao inaugurar uma escultura em sua memória. Além disso, em 8 de dezembro de 2015, por meio da lei municipal nº 5.550, o prédio sede da Prefeitura foi denominado “Paço Municipal Sepé Tiaraju”.

A Igreja Católica reconheceu a relevância espiritual de Sepé Tiaraju ao declará-lo servo de Deus em 2018, iniciando assim o processo de beatificação.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa