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Memória: Caso Irmãos Kauã e Joaquim

Em 21 de abril de 2018, na cidade de Linhares, Espírito Santo, dois irmãos, Kauã Salles Butkovsky, de seis anos, e Joaquim Alves, de três, foram tragicamente encontrados sem vida. As investigações da Polícia Civil revelaram que os meninos haviam sido abusados sexualmente e deixados inconscientes em uma cama, antes que um incêndio deliberadamente provocado consumisse o local, resultando em suas mortes.

O principal acusado pelo crime foi Georgeval Alves Gonçalves, ex-pastor e único adulto presente na residência no momento do incidente. Ele enfrentou acusações formais pelo homicídio dos irmãos, sendo Joaquim seu filho biológico e Kauã seu enteado, filho de sua esposa Juliana Pereira Sales Alves com o empresário Rainy Butkovsky. Juliana e Georgeval também têm outro filho juntos.

Georgeval foi detido durante as investigações e, em maio de 2019, o juiz André Bijos Dadalto da Primeira Vara Criminal de Linhares oficializou as acusações, encaminhando o caso para julgamento pelo Tribunal do Júri. As autoridades detalharam que antes de serem vítimas do incêndio, as crianças foram submetidas a estupro e tortura. Foi relatado que Georgeval utilizou um líquido inflamável para iniciar o fogo no quarto onde as crianças ainda estavam vivas. Apesar de suas alegações de ter tentado salvar os meninos, as inconsistências em seu relato em comparação às provas coletadas fortaleceram as acusações contra ele.

Condenação de 146 anos e 4 meses

O desenlace desse chocante caso ocorreu quando, em 19 de abril de 2023, Georgeval Alves Gonçalves foi condenado a 146 anos e 4 meses de prisão pelos crimes de estupro, tortura e assassinato dos irmãos. O julgamento, que se iniciou no dia 18 de abril, aconteceu pouco antes do quinto aniversário do crime. Durante o julgamento, foram apresentadas provas contundentes dos atos brutais cometidos por Georgeval contra os irmãos.

A sentença do juiz André Dadalto foi detalhada, aplicando 40 anos de prisão por homicídio para cada menino, 22 anos e seis meses por estupro, e 10 anos e 8 meses por tortura para cada um. Este caso causou grande comoção nacional e debate sobre a proteção de crianças e adolescentes contra violência sexual e tortura.

Apesar da pena severa, o sistema penal brasileiro limita a duração da pena a 30 anos, o que significa que Georgeval deverá cumprir no máximo 25 anos, considerando o tempo já servido desde sua prisão em 2018.

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Adriano Dias

Jornalista militante e fundador da #ComCausa