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Ministras debatem igualdade salarial em Encontro de Metalúrgicas do ABC

No último dia de abril, a Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, marcou presença no Encontro de Metalúrgicas do ABC para discutir o tema da equiparação salarial entre gêneros.

Com o tema “Trabalho, Democracia e Igualdade Racial”, o encontro concentrou-se na luta contra as discriminações no ambiente laboral e na defesa da igualdade salarial entre homens e mulheres.

O evento em São Paulo é parte da preparação para o Dia Internacional do Trabalho e contou também com a participação da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, além de representantes de centrais sindicais e movimentos sociais.

Durante o evento, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC reiterou seu apoio às mulheres trabalhadoras e metalúrgicas, assim como aos movimentos organizados, ao lançar o documento ‘Igualdade: mulheres, mulheres negras e LGBTQIAP+ nas relações de trabalho’.

Em sua intervenção, a ministra das Mulheres destacou os dados do 1° Relatório de Transparência Salarial entre Gêneros, publicados em março, que apontam uma disparidade salarial de 19,4% a menos para mulheres em comparação com os homens, com um agravamento ainda maior para as mulheres negras em relação aos homens brancos.

“Como podemos identificar a desigualdade salarial sem transparência? Essa desigualdade existe desde a criação da CLT. Se ela fosse respeitada, não precisaríamos de novas leis”, afirmou Cida Gonçalves, alertando para as empresas que estão contestando judicialmente a obrigatoriedade de divulgar os dados salariais, como previsto por lei.

A ministra também citou estudos da ONU, que indicam que serão necessários 300 anos para atingir a igualdade de gênero globalmente, e da OIT, que estima que só em 70 anos alcançaremos a equiparação salarial, caso não sejam implementadas outras medidas para modificar essa realidade.

“Temos esse tempo?”. “A igualdade interessa a todos, é um processo democrático e civilizatório”, acrescentou.

O evento contou com representantes da Comissão das Mulheres, da Igualdade Racial, da Comunidade LGBTQIA+, da Juventude e das Pessoas com Deficiência do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Foi iniciado com uma performance artística de crianças e adolescentes do Centro Cultural Afro Brasileiro Francisco Solano Trindade.

Na parte da tarde, a ministra esteve na Fundação Perseu Abramo para uma discussão sobre as pautas do Ministério das Mulheres com a direção da instituição, pesquisadoras e coordenadoras de projetos.

O dia foi encerrado com um diálogo sobre violência de gênero no campo, entre as mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), no Armazém do Campo. Foi acordada a realização de uma ação de diálogo em um assentamento, no contexto da iniciativa Brasil sem Misoginia.

Imagem de capa meramente ilustrativa.

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Débora Barroso

Jornalista comunitária e colaboradora da ComCausa.