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Motorista acusado de preconceito alega restrição de passageiros

O motorista de aplicativo da Uber, Ricardo Cardoso Afonso, de 57 anos, acusado de recusar o transporte de uma família para um terreiro de candomblé em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, prestou depoimento na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). No depoimento, Ricardo afirmou que não pôde levar as quatro pessoas no veículo devido a uma restrição de passageiros.

O caso, que foi registrado em vídeo no mês de abril, despertou atenção e gerou polêmica. O motorista alegou que ao chegar ao endereço das passageiras, informou que só poderia transportar três pessoas. Ele afirmou que as mulheres insistiram, mas ele reafirmou a impossibilidade de levar as quatro. Diante disso, cancelou a corrida.

No entanto, a versão do motorista foi contestada pela própria Uber. A empresa afirmou que o carro de Ricardo está cadastrado para transportar até quatro passageiros.

A Polícia Civil solicitou à Uber informações detalhadas sobre o histórico do motorista, incluindo tempo de atuação na empresa, frequência de cancelamento de corridas e quem efetuou o cancelamento no dia do incidente, se foram as passageiras ou o próprio motorista. No entanto, a empresa ainda não respondeu aos questionamentos da Decradi.

Além disso, a polícia planeja ouvir o segundo motorista que aceitou a corrida para compreender se o destino para onde a família seguiu era uma área de risco, bem como verificar o trajeto realizado.

As investigações também envolvem a análise de imagens de câmeras de segurança, que registraram o ocorrido antes, durante e depois da recusa de Ricardo em realizar a corrida.

Diante da repercussão do caso, a Defensoria Pública do Estado e o Ministério Público Federal (MPF) enviaram ofícios à Decradi buscando informações sobre o andamento das investigações.

Vera Lúcia da Rocha relatou à TV Globo que “Quando ele viu que minha nora e as meninas estavam com as roupas e se aproximando do carro, ele não deixou. Olhou para as meninas de cima a baixo e não deixou. Eu achei que isso foi um grande preconceito”.

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Adriano Dias

Jornalista militante e fundador da #ComCausa