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Memória: Nascimento de Desmond Tutu

No dia 7 de outubro, nasceu em Klerksdorp, Desmond Mpilo Tutu, uma figura que marcaria profundamente a história da África do Sul e do mundo. Segundo filho de Zacheriah Zililo Tutu, um professor, e Aleta, uma cozinheira, sua trajetória foi marcada por lutas, perseverança e um compromisso inabalável com a igualdade e a justiça.

Aos 12 anos, a família de Tutu mudou-se para Johannesburgo, onde ele teve o privilégio de conhecer Trevor Philips, chefe da paróquia de Sophiatown, que influenciou sua vida de forma significativa. Tutu inicialmente aspirava ser médico, mas os recursos financeiros limitados de sua família o levaram a seguir os passos do pai, estudando até ingressar na King’s College de Londres, onde obteve um bacharelado em Teologia.

A história de Tutu está entrelaçada com sua dedicação à causa dos direitos civis e à luta contra o regime de segregação racial conhecido como apartheid, que dominou a África do Sul por décadas. Em 1975, ele quebrou barreiras ao se tornar o primeiro negro nomeado deão da Catedral de Santa Maria, em Johannesburgo. Sua ascensão continuou, sagrando-se bispo e liderando a diocese de Lesoto, bem como ocupando o cargo de secretário-geral do Conselho das Igrejas da África do Sul.

Tutu não apenas lutou pela igualdade de direitos, mas apresentou propostas concretas para uma sociedade mais justa. Defendeu a abolição das leis que limitavam a circulação dos negros, um sistema educacional comum e o fim das deportações forçadas de negros. Seu compromisso com a integração racial e a reconciliação levou-o a presidir a Comissão de Reconciliação e Verdade, após a queda do apartheid.

Em 1997, Desmond Tutu divulgou o relatório final da comissão, que destacou violações dos direitos humanos tanto pelo regime racista sul-africano quanto pelas organizações que lutavam contra o apartheid. Seu trabalho e influência no processo de reconciliação foram fundamentais para uma transição pacífica e justa na África do Sul.

Desmond Tutu, que faleceu em 26 de dezembro de 2021 aos 90 anos, deixou um legado duradouro. Vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 1984, foi elogiado pelo presidente Cyril Ramaphosa por sua contribuição para uma “África do Sul libertada”. Tutu foi uma das figuras mais proeminentes na luta pela abolição do apartheid, ao lado de Nelson Mandela, e seu trabalho continua a inspirar e influenciar não apenas seu país natal, mas o mundo todo.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa