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William Shakespeare “O Bardo”

No dia 23 de abril de 1616, o mundo se despedia de William Shakespeare, que faleceu no mesmo dia do seu aniversário, considerado uma das maiores figuras literárias da língua inglesa e o mais influente dramaturgo do mundo. O poeta inglês é autor de tragédias famosas como “Hamlet”, “Otelo”, “Macbeth” e “Romeu e Julieta”.

Shakespeare escreveu suas obras para um pequeno teatro no final do século XVI e início do XVII. Quatrocentos anos mais tarde sua peça ainda encanta plateias em todo o mundo.

O Bardo, como é conhecido, tem até os dias de hoje 38 peças, 154 sonetos, dois longos poemas narrativos, e mais alguns versos esparsos, cujas autorias, no entanto, são ainda disputadas. Suas peças foram traduzidas para todas as principais línguas modernas e são mais encenadas que as de qualquer outro dramaturgo. Muitos de seus textos e temas permanecem vivos até os nossos dias, sendo revisitados com frequência, especialmente no teatro, na televisão, no cinema e na literatura.

William Shakespeare nasceu em Stratford-upon-Avon, no condado de Warwick, Inglaterra, no dia 23 de abril de 1564. Filho de John Shakespeare e de Mary Arden, seu pai foi comerciante de lã e chegou a tesoureiro e prefeito de Stratford.

William iniciou seus estudos em sua cidade natal, mas aos 13 anos a família empobreceu tendo o jovem que deixar os estudos e trabalhar no comércio do pai.

Com 18 anos casou-se com a aldeã Anne Hathaway, nove anos mais velha que ele. Cinco meses depois, nasceu sua primeira filha Susan e em seguida os gêmeos, Judith e Hamnet. Nessa época, Shakespeare já escrevia versos e assistia todas as representações das companhias que chegavam a Stratford.

Em 1586, o jovem Shakespeare se envolveu com más companhias sendo obrigado a deixar a família e se refugiar em Londres. Trabalhou em várias funções, entre elas a de guardador de cavalos na porta do teatro de James Burbage, o primeiro teatro de Londres. Logo estava prestando serviços nos bastidores.

Nessa época, período do reinado de Elizabeth I, Londres vivia uma intensa atividade artística. Shakespeare estudou muito e leu autores clássicos, novelas, contos e crônicas, que foram fundamentais para sua formação de dramaturgo.

Após 1606, Shakespeare escreveu peças menores, que jamais são atribuídas como suas após 1613. Suas últimas três obras foram colaborações, talvez com John Fletcher, que sucedeu-lhe com o cargo de dramaturgo no King’s Men. Escreveu a sua última peça, A Tempestade terminada somente em 1613.

William Shakespeare morreu em 23 de abril de 1616, mesmo dia de seu aniversário. Os restos mortais de Shakespeare foram sepultados na igreja da Santíssima Trindade (Holy Trinity Church) em Stratford-upon-Avon. Seu túmulo mostra uma estátua vibrante, em pose de literário, mais vivo do que nunca. A cada ano, na comemoração de seu nascimento, é colocada uma nova pena de ave na mão direita de sua estátua. Acredita-se que Shakespeare temia o costume de sua época, em que provavelmente havia a necessidade de esvaziar as mais antigas sepulturas para abrir espaços à novas e, por isso, há um epitáfio na sua lápide, que anuncia a maldição de quem mover seus ossos.

Em 1623, John Heminges e Henry Condell, dois amigos de Shakespeare no King’s Men, publicaram uma compilação póstuma das obras teatrais de Shakespeare, conhecida como First Folio. Contém 36 textos, sendo que 18 impressos pela primeira vez.

Estima-se que as obras de Shakespeare influenciaram pelo menos 20 000 peças musicais que vão de óperas, canções e outros ritmos. Shakespeare é também o dramaturgo mais consistentemente adaptado nos palcos, em todo o século XX houve mais de 50 000 produções e adaptações em todo o globo. Em termos de tradução, vendas e estudos Shakespeare só perde para a Bíblia, e fica a frente de tópicos como Comunismo, Islamismo e Judaísmo. Um artigo publicado diz que as três figuras mais estudadas na história são Jesus, Napoleão e Hamlet.

Diversos filósofos e psicanalistas estudaram as obras de Shakespeare e a maioria encontrou uma riqueza psicológica e existencial. Entre eles, Arthur Schopenhauer, Freud e Goethe são os que mais se destacam. No Brasil, Machado de Assis foi muito influenciado pelo dramaturgo. Diversas fontes alegam que Bentinho, de Dom Casmurro, seja a versão tropical de Otelo.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa