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Alerj aprova medidas contra o racismo nos estádios e concede Medalha Tiradentes a Vini Jr

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, nesta terça-feira (06/06), medidas contra o racismo nos estádios de futebol e a concessão da Medalha Tiradentes, maior honraria do Parlamento Fluminense, para o jogador Vini Jr. Essas ações fazem parte de uma mobilização de diversos deputados da Casa, de diferentes matizes ideológicas, após a onda sucessiva de ataques racistas contra o atacante da seleção brasileira em partidas na Europa. Com isso, a Alerj tornou-se a primeira casa legislativa do país a aprovar projetos de combate ao racismo nos estádios.

As medidas aprovadas incluem a Política Estadual Vini Jr de Combate ao Racismo nos Estádios e Arenas Esportivas, proposta no Projeto de Lei 1.112/23, que permite a interrupção das partidas em caso de denúncia ou manifestação racista, com encerramento do jogo em casos reincidentes. Além disso, foi estabelecido o “Protocolo de Combate ao Racismo”, no qual qualquer cidadão pode denunciar condutas racistas a autoridades presentes no estádio, incluindo bombeiros, policiais e seguranças. As denúncias serão encaminhadas à organização do evento, à Comissão de Combate às Discriminações da Alerj e à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). O autor original do projeto é o deputado Prof. Josemar.

A política também prevê a divulgação de campanhas educativas nos intervalos das partidas e a implementação de políticas públicas para atendimento das vítimas de racismo.

Em outro projeto aprovado, proposto originalmente pela deputada Verônica Lima, a Alerj concedeu a Medalha Tiradentes a Vini Jr, em reconhecimento não apenas à sua atuação como jogador de futebol, mas também às ações sociais promovidas pelo Instituto Vini Jr, criado em 2021.

Além disso, foi aprovado o projeto que institui o dia 07 de abril como Dia da Resposta Histórica Contra o Racismo no Futebol, em referência à manifestação do Vasco da Gama em 1924, quando o clube teve sua inscrição recusada pela Associação Metropolitana de Esportes Athleticos (AMEA) devido à presença de jogadores negros e operários. Iniciativa da deputada Verônica Lima e do deputado Felipinho Ravis.

Essas medidas representam um avanço significativo no combate ao racismo nos estádios de futebol, e a Alerj se destaca como pioneira na aprovação de projetos dessa natureza. Espera-se que outras casas legislativas sigam esse exemplo, promovendo ações efetivas para eliminar o racismo do esporte e da sociedade brasileira como um todo.

Relembre a situação envolvendo Vini Jr

Durante o jogo entre Real Madrid e Valencia, realizado no Estádio Mestalla em maio. Durante a partida, a torcida do Valencia proferiu insultos racistas, como chamá-lo de “macaco”, direcionados ao jogador do Real Madrid. Como resultado, o jogo teve que ser interrompido e até o locutor do estádio teve que pedir aos torcedores que parassem de insultar o atacante para que a partida pudesse ser reiniciada.

Nos minutos finais do jogo, o goleiro do Valencia, Mamardashvili, partiu para cima de Vini Jr., resultando em uma confusão generalizada. Nesse incidente, Vinícius foi vítima de um “mata-leão” aplicado pelo jogador Hugo Duro, foi empurrado e, ao reagir, acabou sendo expulso após a análise do VAR. Surpreendentemente, nenhum jogador do Valencia sofreu consequências.

Além desse episódio, houve outros casos de racismo envolvendo o jogador brasileiro na Espanha. Um deles, amplamente divulgado, ocorreu em janeiro deste ano, quando torcedores do Atlético de Madrid penduraram em uma ponte da capital espanhola um boneco vestindo a camisa de Vinícius Júnior, junto com uma faixa escrita “Madri odeia o Real.

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Adriano Dias

Jornalista militante e fundador da #ComCausa