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Ataque em Bagdá: triste marco na história da ONU

No dia 19 de agosto de 2003, Bagdá, capital do Iraque, foi palco de um dos mais cruéis ataques terroristas, que resultou em vinte e dois mortos e cerca de 150 feridos. O alvo foi o Hotel Canal, que há mais de uma década funcionava como sede da Organização das Nações Unidas (ONU) na cidade. O atentado foi reivindicado pela organização extremista Al Qaeda.

Entre os que perderam suas vidas nesse trágico episódio estava o brasileiro Sergio Vieira de Mello, reconhecido como o primeiro brasileiro a alcançar o alto escalão da ONU. Mello, funcionário da ONU desde 1969, tinha uma carreira de sucesso e desempenhava a função de alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos na época de sua morte.

Sergio Vieira de Mello foi amplamente reconhecido por sua habilidade na diplomacia e na resolução de conflitos. Era visto como o sucessor natural de Kofi Annan, ex-secretário-geral da ONU. Muitos admiradores, incluindo Annan, acreditavam que Mello era “a pessoa certa para resolver qualquer problema”.

Mello foi designado para a missão no Iraque em meio a um sangrento conflito que surgiu após a ocupação do país por uma coalizão liderada pelos Estados Unidos. No entanto, os extremistas da Al Qaeda não visavam Mello por seu trabalho no Iraque, mas sim por seu papel fundamental no processo de independência do Timor Leste, onde atuou como administrador de transição da ONU.

O brasileiro desempenhou um papel crucial na emancipação definitiva do Timor Leste da Indonésia, o que provocou a ira da Al Qaeda. Para a organização, Mello era visto como um “cruzado” contemporâneo por sua contribuição para a independência de um território muçulmano.

Apesar de ter sido preso nos escombros do Hotel Canal após a explosão, Mello conseguiu se comunicar com a equipe de resgate por mais de três horas, demonstrando sua determinação e coragem.

Sergio Vieira de Mello nasceu no Rio de Janeiro, filho de uma professora e um diplomata cassado pela ditadura militar. Ele ingressou na ONU aos 21 anos, dedicando sua vida à organização e atuando em diversas regiões do mundo afetadas por conflitos, incluindo Bangladesh, Sudão, Moçambique, Bósnia, Camboja, Peru, Timor Leste e Iraque.

Sua abertura ao diálogo e habilidade na diplomacia foram suas principais qualidades, permitindo que conduzisse negociações improváveis e desempenhasse papéis cruciais nas áreas de direitos humanos e assistência humanitária da ONU.

O legado de Sergio Vieira de Mello permanece vivo, lembrando-nos de sua dedicação à paz e à cooperação internacional, e seu exemplo como um homem que acreditava e agia pelo bem da humanidade em um mundo complexo e desafiador.

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