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Caso das primas Emily de 4 anos e Rebeca de 7 anos assassinadas na porta de casa

O trágico episódio ocorrido em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, chocou a todos na noite de sexta-feira do dia 04 de dezembro de 2020, quando as primas Emily Victória da Silva Moreira Santos, de apenas 4 anos, e Rebeca Beatriz Rodrigues dos Santos, de 7 anos, foram vítimas de um disparo de fuzil enquanto brincavam na porta de casa, na comunidade Barro Vermelho, em Gramacho.

O fatídico acontecimento se deu no momento em que uma operação policial estava em curso na localidade. Um único tiro atingiu ambas as crianças: Emily foi atingida na cabeça e Rebeca no tórax. Infelizmente, elas não resistiram aos ferimentos e faleceram.

Segundo relatos dos familiares das vítimas, a tragédia não foi causada por uma bala perdida, como alega a Polícia Militar, mas sim decorrente de disparos intencionais feitos por policiais que estavam em uma viatura, sem existir qualquer confronto com criminosos naquele momento. A avó de Rebeca e tia de Emily, Lídia da Silva Moreira Santos, testemunhou os disparos direcionados à rua onde estavam as crianças. Ela afirma que a mesma bala atingiu ambas as meninas.

“Estava chegando do trabalho, por volta das 20h30, e quando desci do ônibus começaram os disparos. A rua estava cheia de crianças e pessoas chegando do serviço. Tinha uma viatura Blazer da PM parada em frente à rua e fizeram uns dez disparos de fuzil”, relatou Lídia ao Globo.

A revolta e a dor são palpáveis entre os familiares e a comunidade local. Ana Lúcia Alves de Souza, prima das crianças, destacou que não havia qualquer situação de confronto no momento dos disparos.

“A Emily faria aniversário agora dia 23 e a gente estava preparando uma festinha que ela queria da Moana [personagem da Disney]. Ela inclusive vai ser enterrada com a roupinha da Moana. A Emily era uma criança muito ativa, querida por todos do bairro. A Rebeca era uma menina doce, saudável. As duas eram muito coladas, moravam no mesmo quintal”, lamentou Ana Lúcia ao UOL.

Essa terrível tragédia, que ceifou a vida dessas duas inocentes, ecoou nas redes sociais, gerando uma forte onda de indignação e repúdio. Ativistas, advogados, parlamentares e a população expressaram sua comoção diante do acontecimento, reforçando a necessidade de responsabilização e mudanças urgentes na política de segurança do Estado.

A deputada estadual Renata Souza (PSOL-RJ) ressaltou o Projeto de Lei Ágatha, que visa dar prioridade às investigações em casos como este. O advogado Thiago Amparo, da FGV, alertou que não se trata de uma bala perdida, mas sim de responsabilidades do governo e da polícia.

O sentimento geral é de profundo pesar e indignação diante dessa tragédia que ceifou a vida de duas crianças inocentes, além da necessidade urgente de mudanças e responsabilização para evitar que episódios tão tristes voltem a acontecer.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa