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Caso Thiago: Tio de menino diz que sobrinho foi executado por PM quando estava no chão

Hamilton Bezerra Flausino, tio de Thiago Menezes Flausino, o jovem de 13 anos que perdeu a vida em ocorrência de um tiro de arma de fogo nas primeiras horas da madrugada desta segunda-feira (7) na localidade conhecida como Cidade de Deus, situada na Zona Oeste do Rio de Janeiro, declarou que seu sobrinho foi alvejado fatalmente por um policial militar (PM) enquanto já estava prostrado no solo.

Priscila Menezes, mãe de Thiago, expressou que a família se encontra profundamente abalada “pela acusação de envolvimentos com atividades ilícitas direcionadas a um adolescente de 13 anos.”

“Era um garoto comum, longe de qualquer tipo de associação criminosa. Infelizmente, ele foi ceifado por esse ambiente de policiamento excessivo que impera em nosso estado. Mais um indivíduo que se tornou uma mera estatística.”

A família também acusa a Polícia Militar de ter adulterado deliberadamente ao usar uma câmera de segurança para ocultar a verdadeira sequência dos eventos.

“No momento do incidente, Thiago estava andando de moto com um amigo, deixando a Cidade de Deus, quando foram vistos à bala. Um dos tiros acertou a perna de Thiago, fazendo-o cair. Temos uma parte do vídeo onde é possível ver Thiago no chão, ainda vivo, e o policial posteriormente o executivo”, relatou o tio.

“Considerando a tecnologia disponível nas câmeras atualmente, incluindo conexão à internet e bluetooth, eles conseguiram usar um celular para manipular as pessoas, apagando apenas o trecho da execução. No entanto, possuímos um minuto anterior aos eventos e, após um intervalo de um minuto e alguns segundos, a filmagem prossegue. Ainda é possível observar um fragmento do corpo do PM desferindo o último tiro fatal enquanto Thiago está no chão”, detalhou.

Os familiares do jovem permaneceram no Instituto Médico-Legal (IML) na manhã deste mesmo dia e refutaram a versão da polícia, que alegaram que Thiago e seu amigo, que estava conduzindo uma motocicleta, estavam portando uma pistola.

“A polícia divulgou o relato registrado na Delegacia de Homicídios, alegando que os garotos fugiram da moto de acordo com os policiais, que já haviam tido tiros. Entretanto, eles caíram, conforme os policiais afirmaram, e um dos jovens teria atirado. Isso é absolutamente impossível, impossível, impossível, impossível”, assegurou Hamilton.

Os pais também acusam a Polícia Militar de ter adulterado na cena do crime.

Além disso, várias pessoas se aproximaram para fazer uma espécie de manifestação no local. Nós, familiares, chegamos rapidamente e estávamos controlando a situação para evitar qualquer ato violento. forjaram um tiroteio, disparando um tiro”, afirmou Hamilton.

Cabe mencionar que nenhum dos aguardados do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) estava usando câmeras de corpo, o que poderia auxiliar na identificação da origem do tiro que evoluiu na morte de Thiago.

A ênfase enfatiza o desejo de obter justiça neste caso e nega veementemente que o jovem esteja envolvido em atividades criminosas.

“Ainda não ajudou a assimilar a realidade. Não queremos nutrir sentimentos de vingança contra os aguardados. Sabemos que o sistema de justiça é falso. Acreditamos que a justiça única efetiva vem de Deus. No entanto, pedimos ao menos que a imagem que retrata Thiago portando uma arma seja retirada. Isso é uma mentira. É uma crueldade difamar uma criança dessa maneira. Ele não estava armado, não estava envolvido em furtos, drogas ou consumo de álcool. Nada disso. Thiago era um adolescente que estava alheio a essas questões. Como se sabe, o esporte, como o futebol, afasta os jovens desses caminhos negativos. Essa era a vida de Thiago, o esporte”, frisou o tio do jovem.

O caso está sob investigação da Delegacia de Homicídios da capital (DHC). Segundo informações da Polícia Civil, as armas dos agentes envolvidos foram apreendidas e houve uma análise pericial no local.

A Polícia Militar declarou que as equipes do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) realizavam o policiamento na região da Cidade de Deus quando, no cruzamento da Estrada Marechal Miguel Salazar com a Rua Geremias, dois indivíduos em uma motocicleta abriram fogo contra a guarnição. Após o confronto, Thiago foi encontrado ferido e não sobreviveu aos ferimentos. Uma pistola calibre 9mm foi apreendida no local.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa