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Memória: Aretha Franklin

A rainha do soul e ícone do movimento negro, Aretha Franklin, faleceu no dia 16 de agosto de 2018, diagnosticada com câncer em 2010, ela estava “gravemente doente”. A causa da morte foi “câncer de pâncreas em estágio avançado”, segundo comunicado divulgado para a imprensa, citando o médico de Aretha.

Filha do reverendo C.L. Franklin, começou a cantar ainda pequena na Igreja em Detroit onde seu pai trabalhava. Aos 14 anos, gravou pela primeira vez música gospel e fez algumas turnês de divulgação. Com 19 anos, Aretha mudou-se para Nova York, onde fechou um contrato com a Columbia Records escoltada pelo produtor John Hammond.

Na primeira metade da década de 60, Aretha lançou algumas músicas pela Columbia. A voz impressionava a todos, mas o estilo não era muito familiar, o pop. Em seis anos, ela emplacou apenas um álbum, “Rock-a-Bye Your Baby With a Dizxie Melody”. Era preciso mudar de gravadora, a cantora assinou um novo contrato com a Atlantic e, amparada pelo produtor Jerry Wexler, começou a cantar soul e R&B.

O lançamento de “I Never Loved A Man (The Way I Love You)” mostrou o lugar de Aretha no mercado fonográfico: o topo. Com isso, montou uma banda profissional e se tornou um símbolo da música negra no mundo. Foram milhões de discos vendidos e hits como “Respect”, “Baby I Love You”, “Chain of Fools”, entre muitos outros. Com a canção “Respect”, Aretha ainda recebeu dois Grammys.

A cantora passou por problemas pessoais no início da década de 70, mas que não atrapalharam os seus objetivos com a carreira. Aretha continuou a emplacar hits, como “Bridge Over Troubled Water”, “Don’t Paly That Song” e “Spanish Harlem”. A partir daí, marcou presença no Grammy entre 1969 e 1975. No final da década de 70 o cenário de sucesso da cantora mudou.

Os três últimos álbuns não fizeram o sucesso que ela estava acostumada. “La Diva” foi lançado em 1979, mesmo ano em que seu pai foi assassinado. Em 1980, foi a hora de dar a virada na carreira, quando estreou nos cinemas, no filme “The Blues Brothers”, o que a apresentou a um público mais jovem. No mesmo ano, mudou de gravadora e foi para a Arista Records, que a colocou de às paradas musicais graças à música “What A Fool Believes”.

O disco seguinte, “Love All The Hurt Away”, trouxe um dueto com George Benson, mas não repetiu o sucesso do anterior. Foi preciso chamar os famosos produtores Luther Vandross e Marcus Miller para colocar Aretha no topo das paradas R&B. Eles foram os responsáveis pelos dois discos seguintes, “Jump To It” (1982) e “Get It Right” (1983).

“Who’s Zoomin’ Who?”, lançado dois anos depois com produção de Narada Michael Walden, se tornou o disco de maior sucesso pela Arista. Aretha retornou às paradas e ao Grammy com a música “Freeway of Love”. No disco “Aretha”, ela fez o dueto “I Knew You Were Waiting (For Me)” com George Michael e, com esse e outros sucessos, Aretha foi a primeira mulher incluída no Rock and Roll Hall of Fame.

No meio de todo o sucesso, Aretha precisou lidar com a tragédia de perder dois irmãos e seu empresário em 1988. Apesar do sofrimento, Aretha voltou ao estúdio. Além de seus discos, ela cantou para Bill Clinton em 1993 e participou da trilha sonora do filme “Falando de Amor”. Ficou um tempo parada, mas voltou em 1995, quando recebeu o prêmio especial no Grammy “Lifetime Achievement”. Em 1998, lançou “A Rose Is Still a Rose”, que foi bem criticado na época.

Aretha foi novamente convidada para participar da nova versão do filme “Blues Brothres 2000” e para a trilha sonora, a cantora re-gravou “Respect”. Ainda em 1998, a cantora lançou “The Queen Of Soul” e esteve no projeto especial do canal VH-1, “Divas Live”, ao lado de Celine Dion, Mariah Carey, Gloria Stefan e Shania Twain. O show foi apresentado pelo canal e lançado em CD e DVD, o que mostrou ao público que Aretha ainda era a rainha do soul.

Para encerrar a década, Aretha substituiu no último minuto o cantor Luciano Pavarotti na cerimônia do Grammy 98. Ela cantou o que estava no programa, um trecho da ópera Nessun Dorma. Após um período afastada, Aretha voltou aos palcos para a gravação do “Divas Live” em 2001. Desta vez com Janet Jackson, Mary J. Blige, Jill Scott e Backstreet Boys.

Depois de 5 anos sem gravar a diva do soul music lançou em 2003 o álbum “So Damn Happy”, com faixas como “No Matter What”, “Everybody Somebody’s”, além de “Wonderful”, que lhe rendeu novamente um Grammy na categoria R&B. O disco é o décimo segundo da carreira da cantora.

Em 2017, aos 74 anos, Aretha Franklin anunciou sua aposentadoria após 56 anos de carreira.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa