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Três anos do desaparecimento dos meninos de Belford Roxo

Os garotos Alexandre da Silva, Lucas Matheus e Fernando Henrique desapareceram na tarde de 27 de dezembro de 2020, após saírem de casa no bairro Castelar, em Belford Roxo, e não foram mais avistados.

No início de março do ano seguinte, o Ministério Público do Rio de Janeiro descobriu imagens de câmeras de segurança que mostraram os garotos passando pela Rua Malopia, no bairro vizinho.

O secretário de Polícia Civil informou que mais de 80 diligências foram realizadas até o momento, e as imagens coletadas durante as investigações foram entregues às famílias. Segundo a polícia, as investigações preliminares indicam que as crianças deixaram o Castelar em direção à Feira de Areia Branca, percorrendo um trajeto de três quilômetros.

Inicialmente conduzidas pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), as investigações sugeriram a participação de traficantes no desaparecimento dos meninos. De acordo com a DHBF, os garotos foram submetidos a uma sessão de tortura por traficantes do Complexo do Castelar, acusados de furtar uma gaiola de passarinho que pertencia a um parente de um dos criminosos locais. Segundo o relatório da investigação, um dos meninos não resistiu e morreu durante o espancamento, enquanto os outros dois foram executados. Os corpos foram transportados de carro para um rio que corta o município.

Oficialmente, três suspeitos foram assassinados por traficantes que não toleraram a repercussão do caso, e dois estão desaparecidos, podendo também terem sido executados. Entre as mortes confirmadas estão José Carlos dos Prazeres Silva, conhecido como Piranha, um dos chefes do tráfico do Castelar, Willer Castro da Silva, o Stala, gerente do tráfico na comunidade, e Ana Paula da Rosa Costa, a tia Paula, também suspeita de envolvimento no comércio de drogas na região.

Em 2023, a Polícia Militar prendeu quatro criminosos com uma grande quantidade de drogas no Morro do Castelar, em Belford Roxo. Um deles, identificado como Jonathan dos Santos de Paula, de 26 anos, estava foragido por suspeita de envolvimento no caso dos três meninos mortos na comunidade desde 2020.

A PM abordou os suspeitos durante patrulhamento no Complexo do Castelar, no bairro Piam, apreendendo 340 invólucros de maconha, 230 pinos de cocaína, 130 sacolés contendo pedras de crack e um rádio comunicador. A ocorrência foi encaminhada para a 54ª DP (Belford Roxo).

Segundo a PM, após o desaparecimento das três crianças, Jonathan e outros comparsas torturaram um homem para que assumisse envolvimento no caso, buscando despistar as autoridades quanto à autoria do crime.

Havia três mandados de prisão em aberto contra o suspeito: Tortura, Lesão Corporal e Associação para a Produção e Tráfico e Condutas Afins.

Alexandre da Silva (10 anos), Lucas Matheus da Silva (8 anos) e Fernando Henrique Soares (11 anos) desapareceram em dezembro de 2020, e seus corpos não foram encontrados. As investigações concluíram que eles foram mortos após um dos garotos furtar um passarinho que pertencia a um traficante da comunidade.

Oito acusados de envolvimento na morte dos meninos

oito pessoas denunciadas pelo envolvimento na morte dos meninos Fernando Henrique, de 11 anos, Alexandre da Silva, de 10, e Lucas Matheus, de oito, na favela do Castelar, de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, se tornaram réus. em janeiro de 2023. A decisão que torna réus oito envolvidos no crime é do juiz Luís Gustavo Vasques, da 1ª Vara Criminal de Belford Roxo. O juiz também decretou a prisão preventiva de sete acusados.

Segundo a denúncia do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), os meninos foram torturados e mortos por traficantes da comunidade por terem furtado um passarinho. De acordo com a investigação, um deles morreu durante a sessão de tortura, os outros dois foram executados.

Os acusados são Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca, seria um dos chefes do Comando Vermelho na época do crime; José Carlos dos Prazeres Silva, conhecido como Piranha, que teria sido morto; Wiler Castro da Silva, conhecido como Stala, apontado como “gerente” do tráfico de drogas na comunidade e parente do homem que teve o passarinho roubado; Victor Hugo dos Santos Goulart, conhecido como VT; Ana Paula da Rosa Costa, a Tia Paula; Ruan Igor Andrade de Sales conhecido como Melancia; Rafael Dias de Oliveira; e Júlio Cesar Carvalho Ramos, que responde por ocultação de cadáver.

Polícia prende mais um suspeito da morte dos 3 meninos

A Polícia Civil prendeu mais um suspeito de assassinar os três meninos na comunidade do Castelar, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, em dezembro de 2020.

Wesley Rodrigues Freitas, conhecido como Pouca Perna, foi detido no dia 31 de outubro de 2023, no bairro Areia Branca, por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).

Segundo a polícia, o preso, que é gerente do tráfico de drogas no Castelar, já vinha sendo monitorado. Contra ele havia um mandado de prisão pela morte das crianças e por tráfico.

Os corpos de Alexandre da Silva, de 10 anos, Lucas Matheus da Silva, de 8 anos, e Fernando Henrique Soares, de 11, nunca foram encontrados.

Outros presos

Um outro homem foi preso em abril deste ano. Jonathan dos Santos de Paula, de 26 anos, também tinha mandado de prisão por envolvimento no caso.

A Polícia Militar afirma que Jonathan participou da tortura de um morador do Castelar, acusado injustamente pela morte dos meninos.

Os traficantes obrigaram a vítima a confessar que foi o responsável pelo sumiço dos meninos. De acordo com as investigações, tudo não passava de uma estratégia para encobrir os verdadeiros responsáveis pelo desaparecimento das crianças.

Em janeiro, a polícia prendeu Maxwell Douglas Cordeiro Rodrigues, conhecido como Rato do Castelar, por participação no assassinato.

Outros dez acusados pelo crime foram denunciados pelo Ministério Público do Rio à Justiça.

Para a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, os garotos foram mortos por traficantes do Castelar por causa do furto de passarinhos.

Lucas, Alexandre e Fernando Henrique sumiram no dia 27 de dezembro de 2020, depois que saíram de casa para brincar. Foram vistos pela última vez a caminho da Feira de Areia Branca.

Relembre o caso

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Adriano Dias

Jornalista militante e fundador da #ComCausa