Campanhas

Dia mundial do combate à Doença de Chagas

No 14 de abril é lembrado o Dia Mundial do Combate à Doença de Chagas, uma data instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019 para aumentar a conscientização sobre essa doença negligenciada12. A doença de Chagas é causada pelo parasita Trypanosoma cruzi, transmitido principalmente pelo inseto barbeiro, mas também por outras vias como a oral, a congênita, a transfusional e a transplantacional.

A doença de Chagas afeta cerca de 6 a 7 milhões de pessoas no mundo, principalmente na América Latina, onde é endêmica em 21 países. No entanto, a doença também está se expandindo para outras regiões devido à migração de pessoas infectadas ou à presença de vetores em áreas não endêmicas. A doença de Chagas é considerada a principal causa de morte por parasita na América Latina, superando a malária.

A doença de Chagas tem duas fases: a aguda e a crônica. Na fase aguda, que pode durar até dois meses após a infecção, os sintomas são geralmente leves ou ausentes. Alguns sinais podem ser febre prolongada, dor de cabeça, fraqueza intensa e inchaço no rosto e nas pernas3. Na fase crônica, que pode se estender por décadas ou pela vida toda, a maioria dos casos não apresenta sintomas, mas cerca de 30% dos pacientes podem desenvolver complicações cardíacas, neurológicas ou digestivas que podem ser fatais3.

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para curar a doença de Chagas e evitar as sequelas. No entanto, apenas 10% das pessoas que vivem com a doença recebem um diagnóstico e apenas 1% recebe tratamento eficaz4. Os medicamentos disponíveis são antigos e têm efeitos colaterais significativos. Além disso, muitas pessoas não têm acesso aos serviços de saúde ou desconhecem sua condição. Por isso, a OMS recomenda a integração da doença de Chagas na atenção primária de saúde, para garantir o acesso equitativo e universal aos cuidados e serviços para todos os afetados2.

A prevenção da doença de Chagas envolve várias medidas, como o controle dos vetores por meio da aplicação de inseticidas residuais ou do uso de mosquiteiros e telas metálicas; a vigilância sanitária e inspeção dos alimentos suscetíveis à contaminação; o rastreamento e tratamento das mulheres grávidas infectadas e seus filhos; a triagem e controle de qualidade do sangue e dos órgãos doados; e a educação e sensibilização das populações sobre os riscos e as formas de transmissão da doença32.

O Dia Mundial do Combate à Doença de Chagas é uma oportunidade para chamar a atenção para essa doença silenciosa e silenciada que afeta milhões de pessoas pobres e marginalizadas. É uma ocasião para reforçar o compromisso dos governos, das organizações internacionais, da sociedade civil, do setor privado e das comunidades locais com o combate à doença de Chagas. É um momento para lembrar que a doença de Chagas é um direito humano que deve ser respeitado e garantido por todos.

A doença de Chagas é a infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. A transmissão ocorre nas seguintes condições:

– contato com fezes de parasitos infectados, após picada pelo inseto barbeiro;
– ingestão de alimentos contaminados com parasitos;
– transmissão de parasitos de mulheres infectadas para seus bebês, durante a gravidez ou o parto;
– transfusão de sangue ou transplante de órgãos de doadores infectados a receptores sadios;
– acidentalmente, pelo contato da pele ferida ou de mucosas, com material contaminado.

Na fase aguda, os principais sintomas são:

– febre prolongada (mais de 7 dias);
– dor de cabeça;
– fraqueza intensa;
– inchaço no rosto e pernas.

Na fase crônica, a maioria dos casos não apresenta sintomas, porém algumas pessoas podem apresentar:

– problemas cardíacos, como insuficiência cardíaca;
– problemas digestivos, como megacolon e megaesôfago.

Tratamento:

O tratamento da doença de Chagas deve ser indicado e acompanhado por um médico, após a confirmação da doença. Os medicamentos são disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde, gratuitamente.

Prevenção:

A prevenção da doença de Chagas está intimamente relacionada ao modo de transmissão.

Uma das formas de controle é evitar que o inseto “barbeiro” forme colônias dentro das residências, por meio da aplicação de inseticidas residuais, feita por equipe técnica habilitada.

Em áreas onde os insetos possam entrar nas casas voando pelas aberturas ou frestas, podem-se usar mosquiteiros ou telas metálicas.

Recomenda-se usar medidas de proteção individual (repelentes, roupas de mangas longas, etc.) durante a realização de atividades noturnas em áreas de mata.

Para prevenir a transmissão oral, devem ser intensificadas as ações de vigilância sanitária e inspeção, em todas as etapas da cadeia de produção de alimentos suscetíveis à contaminação, com especial atenção ao local de manipulação de alimentos, devendo ser realizadas ações de capacitação para manipuladores de alimentos e de profissionais de informação, educação e comunicação.

Fonte: Organização Mundial da Saúde

| Editoria Virtuo Comunicação

| Projeto Comunicando ComCausa

| Portal C3 | Instagram C3 Oficial

João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa