CampanhasDestaque

Memória: 20 anos Liana Friedenbach e Felipe Caffé

O jovem casal, Liana Friedenbach (16 anos) e Felipe Caffé (19 anos), decidiu embarcar em uma aventura para a zona rural da grande São Paulo. Eles escolheram um sítio localizado no município de Embu-Guaçu, um lugar conhecido por Felipe, que havia passado suas férias lá. Infelizmente, o casal não sabia que sua viagem seria interrompida por um encontro fatal com seus assassinos.

Em outubro de 2003, Liana e Felipe partiram em uma viagem para o sítio de Embu-Guaçu, em busca de uma aventura. O casal não sabia que essa viagem seria a última que fariam juntos. No decorrer da viagem, seus caminhos se cruzaram com os de Roberto Aparecido Alves Cardoso, conhecido como Champinha, e Paulo Cézar da Silva Marques, vulgo Pernambuco. Os dois criminosos seguiram o casal até o sítio e os sequestraram. O cativeiro era um local altamente insalubre e anti-higiênico. A dupla criminosa separou o casal durante o cárcere privado, vez que ficaram em cômodos diferentes da residência. Após dias de tortura e sofrimento, Liana e Felipe foram mortos pelos criminosos.

Esse caso chocou o Brasil e gerou muita discussão sobre a segurança pública no país. Champinha foi condenado pelo crime e atualmente está internado em uma unidade psiquiátrica. O caso também inspirou a criação da Lei 11.689/08, que alterou o Código de Processo Penal para permitir que jovens entre 18 e 21 anos sejam julgados como adultos em casos de crimes hediondos.

Pai de Liana Friedenbach diz que Champinha ‘pagou o que devia’ após 20 anos do crime

Ari Friedenbach, pai de Liana, concedeu uma entrevista em agosto de 2023, às vésperas do 30º aniversário da tragédia. Durante a entrevista, Ari trouxe à tona reflexões significativas sobre o destino de criminosos menores de idade, com destaque para a importância de debater como lidar com infratores que, após cumprir um período substancial de internação, como é o caso de Roberto Aparecido Alves Cardoso, mais conhecido como Champinha, devem ser reintegrados à sociedade. Champinha tinha 16 anos quando cometeu o crime em Embu-Guaçu (SP) em 2003.

Ari Friedenbach declarou: “Champinha já cumpriu sua pena. Essa afirmação pode parecer impactante, mas é minha opinião. Temos leis em nosso país, e o tempo máximo de prisão para adultos é de 30 anos. No caso de Champinha, que cometeu o crime como menor de idade, ele esteve sob medidas socioeducativas e agora está na unidade experimental de saúde, sob interdição civil, não na Fundação Casa ou em uma prisão. Ele está prestes a completar duas décadas nessa situação.”

Ari levantou a questão essencial de como lidar com criminosos que devem ser reintegrados à sociedade após um longo período de internação, e questionou: “Agora, após 20 anos, como devemos proceder? Ele está internado nessa unidade experimental de saúde. Devemos mantê-lo sob custódia ou permitir sua liberdade?” Ele concluiu a entrevista virando a pergunta para o apresentador: “Como será feito o acompanhamento e quem será responsável por fornecer o tratamento a Champinha? Esse é o ponto de discussão, uma questão que a sociedade precisa refletir profundamente. Não é suficiente simplesmente jogar a chave da prisão no lixo ou acreditar que essa situação pode perdurar indefinidamente. Como a sociedade deverá acolher uma pessoa como essa?”

| Editoria Virtuo Comunicação

| Projeto Comunicando ComCausa

| Portal C3 | Instagram C3 Oficial

Adriano Dias

Jornalista militante e fundador da #ComCausa