Baixada Fluminense

Mês da Mulher no Versando em Ondas

O Versando em Ondas, podcast do coletivo Ondas Musicais, chamou as mulheres para falar sobre carreira e mercado de trabalho e lançou a série Mês da Mulher! Entre as entrevistadas, estão: Daniela Pastore, técnica de som; Cássia Raquel, cantora e atriz; Géssica Santiago, produtora cultural e especialista em marketing e Monique Bezerra, produtora cultural e diretora da The Sá Musica.

Daniela Pastore, primeira mulher formada no primeiro curso de produção fonográfica do Brasil, fala sobre ser mulher na cena do áudio da música. Ela é técnica de som por paixão e convicção e fala do início na área e das pessoas com quem teve contato já desde os primeiros cursos de formação pelos quais passou. Por sorte ou destino, Daniela estudou com pessoas como Flávia Calabi, a primeira mulher técnica de som do Brasil; Florencia Saravia, engenheira de som e uma das pioneiras em edição digital no Brasil e, ainda, Mayrton Bahia, produtor musical e executivo que já trabalhou com artistas como, por exemplo, a banda Legião Urbana.

A conversa tangencia a representatividade feminina no setor e acaba por desvelar a necessidade de políticas públicas que visem à inserção de mulheres na área a fim de equilibrar a indústria musical como um todo. “Eu tive as minhas professoras que estavam ali e quando cheguei e as vi, eu nunca contestei se eu poderia estar ali ou não, porque eu as tinha como referência. E eu achava que estar ali já era uma forma de existência como mulher”, diz Daniela.

Se por um lado é a própria Pastore quem confessa que demorou ‘séculos’ para cair a ficha sobre a responsabilidade que tinha de ser mulher em um cenário dominado por homens, hoje ela é ativista pela inclusão das mulheres no setor de Áudio e já marcou presença em eventos importantes para as mulheres como, por exemplo, a primeira edição do ASA – Arte Sônica Amplificada, programa do Oi Futuro, que busca aumentar a participação de mulheres no som e na música, no qual foi mentora técnica.

No bate-papo, Daniela Pastore fala ainda das redes de mulheres das quais participa e de como essas mesmas mulheres, em rede, têm atuado para se fortalecerem umas às outras e vencerem o machismo, ainda muito presente na área.

Engrossando o caldo, o segundo episódio traz representatividade negra na arte brasileira com Cássia Raquel, cantora e atriz com vários anos de experiência no teatro musical que, com muita generosidade, compartilha de momentos de sua carreira, os testes que fez e como se deu seu crescimento até chegar onde está hoje: como atriz contratada do Cirque Du Soleil, em Tóquio.

Cássia nasceu e foi criada em Ricardo de Albuquerque, bairro do subúrbio do Rio de Janeiro. Ela fala ainda sobre a responsabilidade de ser mulher e servir de exemplo para outras mulheres.

Cássia Raquel revela não ser fácil ser mulher em lugar nenhum e que, enquanto mulher preta e periférica, sempre sentiu a necessidade de mostrar o dobro de coisas para provar sua competência e ocupar os espaços. Entendendo a necessidade e a importância de não negar suas raízes, Cássia diz que sempre tenta inserir sua brasilidade nos trabalhos dos quais participa. “Consigo colocar minha brasilidade nos meus personagens! Eu já coloquei brasilidade até nos Miseráveis, que era uma revolução na França!”.

Já para Géssica Santiago, terceira entrevistada do especial da mulher e atual analista de cultura do Sesc RJ na área de música e audiovisual, as mulheres têm que provar o tempo inteiro que são capazes de executar e fazer bem feito o seu trabalho. Ela revela que além do machismo propriamente dito, ela já passou por situações de etarismo e sabe na pele o que é ganhar menos que um homem, trabalhando no mesmo setor, na mesma empresa.

Com muita generosidade e com a segurança de quem já soma mais de dez anos na profissão, Géssica dá uma dica valiosa para as mulheres produtoras que estão iniciando na profissão: observar. “A observação é uma boa tática. […] isso abre portas pra gente”; “Você chega num lugar, entende como ele funciona e entende o processo de funcionamento, a comunicação usada e se impõe”.

Encerrando a série, Monique Bezerra, produtora cultural, mestre em engenharia de produção e também com experiência no teatro como atriz, fala como se deu sua passagem dos palcos para os bastidores até chegar onde está hoje: trabalhando com cultura, território e inovação social.

Monique também presta consultoria para a Casa do Choro e é membro do conselho curador da Fundação Angelica Goulart. E não para por aí. Ela é atualmente diretora a frente da The Sá Música e trabalha com ninguém mais ninguém menos que a rainha do soul: Sandra de Sá! A frase de ordem na entrevista com Monique Bezerra é: “Não somos todo mundo. Podemos fazer diferente”.

Os EPs já estão no ar e podem ser conferidos nas principais plataformas de streaming e também no Spotify, em: tiny.cc/versando, ou no canal do YouTube do coletivo Ondas Musicais, em: www.youtube.com/ondasmusicais. A equipe de produção promete liberar para abril um bate-papo com o time de produtoras do pod. Imperdível!

O time de produção conta com Hermane Pegoraro e Luciana Bernardo na produção; Gisella Gabriela na apresentação; Daniela França na produção audiovisual; Cláudio Dominguez na produção fonográfica; Lucas Synt nas vinhetas e Narcelio Ferreira na direção. O roteiro e a estrutura de pauta são assinados conjuntamente por Gisella Gabriela e o Coletivo Ondas Musicais. A comunicação de todo o projeto é assinada por Hermane Pegoraro. E, por fim, a realização é do Coletivo Ondas Musicais e a gestão cultural fica por conta da Conversa Boa Produções.

PRODUÇÃO:

Apresentação: Gisella Gabriela

Roteiro/ Estrutura de pauta: Coletivo Ondas Musicais e Gisella Gabriela

Direção: Narcelio Ferreira
Produção: Hermane Pegoraro e Luciana Bernardo
Produção Audiovisual: Daniela França
Produção Musical: Claudio Dominguez
Comunicação: Hermane Pegoraro
Vinhetas: Lucas Synt
Realização: Coletivo Ondas Musicais
Gestão Cultural: Conversa Boa Produções

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Emanoelle Cavalcanti

Acadêmica de psicologia, voluntária na Ong Médicos do Mundo