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O que fazer após sofrer racismo ou intolerância religiosa

Diante de episódios de racismo ou intolerância religiosa, é essencial saber como agir de forma rápida e eficaz para buscar justiça e prevenir futuros incidentes. Assim, a ComCausa está divulgando um guia sobre os passos a serem seguidos em situações presenciais e virtuais, fornecendo orientações vitais para aqueles que enfrentam tais violações.

Em situações presenciais, quando o racismo ou a intolerância religiosa ocorrem diante dos olhos ou afetam diretamente alguém, é crucial agir com prontidão entrando em contato com a Polícia Militar. O primeiro passo é contatar imediatamente a Polícia Militar, discando o número de emergência 190. A intervenção policial é essencial para interromper a agressão e conduzir os agressores à delegacia mais próxima ou àquela especializada em crimes raciais.

Já em caso de agressão por parte da Polícia motivada por discriminação racial, é importante tentar identificar os oficiais envolvidos e buscar a Corregedoria da Polícia Militar para relatar o incidente pelo número (21) 2725-9098.

Caso não seja possível acionar a polícia imediatamente, é fundamental fazer um registro formal do incidente, seja por meio de áudio ou por escrito. Detalhes como a identificação do agressor, local, horário e um relato minucioso do ocorrido são essenciais. Após o registro do incidente, é necessário procurar a delegacia de crimes raciais ou a distrital mais próxima da residência para formalizar a ocorrência. Ao final do processo, a obtenção de uma cópia do Registro de Ocorrências é fundamental para fins legais e acompanhamento do caso.

Entretanto, os registros podem ser feitos através de um boletim online, registrado na página da Polícia Civil do Rio de Janeiro, pelo seguinte link – https://roonline.pcivil.rj.gov.br/ -, e posteriormente comparecer presencialmente a unidade policial.

Em caso de situações de racismo ou intolerância religiosa pela internet

O ambiente online tem sido um dos principais meios de promoção do ódio, racismo e intolerância religiosa. Nesses casos, medidas específicas devem ser tomadas para documentar e denunciar os atos de discriminação. Quando a violência ocorre na internet, é crucial salvar todas as mensagens, e-mails ou publicações nas redes sociais relacionadas ao incidente. Capturas de tela devem ser feitas para preservar as provas.

Após a coleta de evidências, é importante dirigir-se à delegacia, especialmente se houver unidades especializadas em crimes cibernéticos ou raciais na região. A formalização da ocorrência e a solicitação de uma cópia do Registro de Ocorrências são passos indispensáveis.

Onde denunciar

No Rio de Janeiro, a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI) é uma opção acessível, com endereço na Rua do Lavradio 155 – Lapa – Rio de Janeiro, e telefone: (21) 2333-3509. Entretanto, delegacias especializadas em crimes raciais e intolerância, Delegacias de Atendimento à Mulher (DEAM), Defensoria Pública ou a delegacia mais próxima também são os locais adequados para registrar denúncias físicas.

Racismo ou intolerancia nas escolas

Nos últimos anos, temos testemunhado um aumento nos casos de violência nas escolas e em nossa compreensão que a tolerância com um ambiente violento e a aceitação não denunciada de preconceitos podem levar a verdadeiras tragédias, tanto para as crianças e adolescentes que sofrem algum tipo de racismo ou intolerância religiosa, quanto para aqueles que, acumulando sofrimento mental, utilizam desse ambiente para perpetrar ações ainda mais extremistas.

Assim, é necessária uma atenção especial para o ambiente escolar, de modo que as violações sejam rapidamente identificadas e os responsáveis possam tomar medidas antes que se tornem grandes tragédias. Para isso, o governo federal também criou um canal de denúncia Escola Segura. No entanto, é importante acionar as autoridades locais assim que os tipos de dinâmica forem identificados.

Além dos canais acima, em âmbito nacional, o Disque 100 do Ministério dos Direitos Humanos e o Ministério Público Federal são canais importantes para relatar casos de racismo e intolerância religiosa.

Sofrer racismo ou intolerância religiosa é inaceitável e deve ser enfrentado com determinação. Este guia busca fornecer recursos práticos para as vítimas dessas violações buscarem justiça e contribuírem para a construção de uma sociedade mais igualitária e inclusiva.

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Adriano Dias

Jornalista militante e fundador da #ComCausa