O que você precisa saber sobre alienação parental
A alienação parental é um grande problema dentro das famílias brasileiras e faz parte da rotina de profissionais ligados à Justiça da Família, Infância e Juventude. Por vezes, os processos de divórcios e pensões podem já ser complicados para acordos e decisões entre as partes e, quando ele envolve ainda mais problemas de relacionamentos, podem chegar a casos extremos e complexos envolvendo alienação parental.
Você sabe o que é alienação parental, como entender se o seu caso se encaixa nessa denominação e como provar nos seus processos? Confira mais sobre esse importante tema!
O que é alienação parental?
Segundo a Lei Nº 12.318/10, a alienação parental é a “interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este”.
Ou seja, a alienação parental é promovida pelo genitor, podendo ser tanto pai quanto mãe ou qualquer que seja aquele que tem a condição de guarda da criança ou adolescente.
Ao pensar na interferência da formação psicológica do alienado é preciso ter muita atenção, afinal, nem sempre esses atos são explícitos e fáceis de identificar.
Muitos pensam que alienação parental é apenas quando uma das partes influencia o filho a tomar partido e se colocar contra outra parte, mas não se trata apenas disso e diversas ações podem ser classificadas neste ato.
A alienação pode se dar de diversas maneiras como proibir que um dos genitores veja a criança, manipular e influenciar sobre o outro, omitir ou mentir sobre informações para o filho, dificultar visitas, entre outros.
O que é alienação parental?
A alienação parental é uma série de atos que a mãe ou outro familiar praticam, com o objetivo de influenciar negativamente sua relação com seus filhos.
Normalmente, essa situação ocorre em casos de divórcio ou fim de união estável, porque o ex-casal não consegue lidar com o fato de que, apesar do vínculo amoroso entre eles ter acabado, o vínculo com os filhos é eterno.
Assim, mesmo sem perceber, e às vezes até para te atingir, por exemplo, sua esposa pode dizer coisas ruins sobre você para seus filhos.
Quais as suas formas?
A intenção da alienação parental é afastar as crianças do seu convívio.
Então, devido à seriedade do assunto, no Brasil, temos a Lei nº 12.318/10, ou Lei de Alienação Parental.
Em suma, seu objetivo é proteger seus filhos em casos de interferência no desenvolvimento psicossocial deles.
Por isso, a legislação traz um rol de condutas que podem ser classificadas como alienação parental.
Dentre elas, a mais comum é a campanha difamatória contra você. Ou seja, a mãe fala mal de você na frente dos seus filhos.
No entanto, a alienação parental também acontece quando você é impedido de participar de decisões importantes na vida dos seus filhos.
Por exemplo,você não pode ajudar a escolher a escola que seus filhos frequentarão.
Isso é muito grave porque a instituição de ensino pode influenciar na formação do caráter de seus filhos.
Além disso, pode ocorrer a criação de empecilhos para a convivência entre vocês. Ou seja, tentam criar obstáculos para que você veja seus filhos.
Desse modo, se torna mais difícil para você reverter o processo de alienação.
Resumindo, a alienação parental acontece quando:
- Há uma campanha para te desqualificar como pai;
- Dificultam o exercício da sua autoridade parental;
- Omitem, de maneira proposital, informações sobre os seus filhos. Por exemplo, ele fica doente e não te avisam;
- Dificultam o contato entre você e seus filhos;
- Dificultam que você exerça o direito à convivência;
- Apresentam falsa denúncia contra você para te impedirem de ver seus filhos;
- Mudam de domicílio, sem justificativa, para evitar que você conviva com seus filhos.
Quais medidas você pode tomar?
Então, de acordo com a Lei de Alienação Parental, essa prática fere o direito fundamental dos seus filhos a uma convivência familiar saudável.
Além disso, ela prejudica o desenvolvimento do afeto entre vocês e com o grupo familiar.
Por isso, ela é passível de punição.
Assim, nesses casos, você pode informar ao Ministério Público o que está acontecendo, por exemplo.
Desse modo, você garante os seus direitos como pai. E, além disso, protege seus filhos das consequências emocionais desta prática.
O que acontece quando eu informar ao MP que meu filho sofreu alienação parental?
Percebeu que seus filhos estão sofrendo alienação parental, juntou as provas e informou ao Ministério Publico? Então, veja a seguir o que vai acontecer:
- Seu processo terá tramitação prioritária, devido às consequências gravíssimas que a alienação tem para a saúde psicológica dos seus filhos;
- O juiz irá ouvir o Ministério Público;
- A Justiça tomará todas as medidas cabíveis e necessárias para assegurar o bem estar dos seus filhos, bem como a convivência entre vocês;
- Por fim, o juiz pode determinar uma perícia psicológica ou biopsicossocial para analisar mais a fundo a situação.
Quais as consequências da Alienação Parental?
Então, a alienação parental pode trazer consequências jurídicas e emocionais para todos os envolvidos. Por exemplo:
Consequências emocionais
Quando existe uma situação de alienação parental, a sua relação com seus filhos pode ser, até mesmo, destruída.
Por isso, uma das principais consequências dessa prática é a Síndrome de Alienação Parental.
Assim, se seus filhos estiverem sofrendo com a síndrome, eles podem apresentar alguns sintomas. São eles:
- Te desvalorizarem;
- Apoiarem o alienador em qualquer conflito;
- Te difamarem.
Portanto, caso você perceba algum desses sintomas, procure ajuda psicológica para eles.
Afinal, um profissional da área da psicologia pode ajudar a diminuir os possíveis traumas decorrentes dessa experiência, por exemplo.
Consequências jurídicas
Nessas situações, o juiz pode determinar algumas alterações na dinâmica familiar. São elas:
- Advertência;
- Pagamento de multa;
- Aumento do tempo de convivência entre você e seus filhos;
- Alteração do regime de guarda vigente;
- Alteração da residência dos seus filhos
- Suspensão do poder familiar.
A guarda compartilhada pode coibir a alienação parental?
A guarda compartilhada é uma forma de prevenir a alienação parental e suas consequências na vida de seus filhos.
Isso ocorre porque ela proporciona uma convivência equilibrada entre pais e filhos.
Além disso, a guarda compartilhada reforça os laços parentais entre vocês.
Desse modo, com a adoção desse modelo, você estará cada vez mais presente na vida das crianças.
Por que isso ocorre?
Antes da lei da guarda compartilhada, era muito comum a atribuição da guarda unilateral.
Nesse modelo, apenas um dos pais poderia tomar decisões acerca da vida da criança.
Por outro lado, o outro genitor recebia apenas o direito de visitas. Assim, o tempo que a criança passava com cada genitor era completamente desequilibrado.
Além disso, normalmente, ela era exercida pela mãe.
Agora, imagine seus filhos passando toda a semana com a mãe e apenas te vendo em finais de semana?
Ou, ainda, seus filhos tendo uma ligação muito distante com você, uma vez que não há convivência entre vocês dois.
A guarda unilateral era assim.
Por isso, ela facilitava muito o processo de alienação parental.
Além disso, ajudava na utilização de crianças como forma de atingir negativamente o outro genitor, especialmente em casos de divórcio litigioso.
No entanto, na guarda compartilhada, vocês partilham as responsabilidades e o convívio com os filhos,
Assim, as oportunidades para que a alienação parental aconteça diminuem.
O que fazer nesses casos?
Então, se você estiver em processo de divórcio, é imprescindível contratar um advogado especializado em Direito de Família.
Essa necessidade ocorre porque ele já entrará com o pedido de guarda compartilhada.
Dessa forma, as chances da alienação ocorrerem são diminuídas.
Por outro lado, se a alienação já estiver em curso, também recomendamos a contratação de um advogado especializado.
No entanto, neste caso, ele irá abrir um novo processo solicitando ao juiz a melhor alternativa para o seu caso.
Caso você esteja passando por esta situação com o seu filho e deseja tê-lo por perto novamente, entre em contato com a nossa equipe especializada em direito de família!
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Fonte: VLV Advogados
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