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Por Angelo Silvares “A Importância do Aprendizado e o Desafio da Procrastinação”

Aprender sempre foi uma característica intrínseca à humanidade. Desde os tempos mais remotos, buscamos entender e decifrar os mistérios do mundo ao nosso redor. O cérebro humano é uma máquina incrivelmente sofisticada, capaz de absorver e armazenar uma vasta quantidade de informações. Mas o que realmente faz a diferença é a capacidade de aprender a aprender. Isso significa não apenas adquirir conhecimento, mas também compreender o valor e a beleza do processo de aprendizado em si.

O aprendizado formal, aquele que ocorre em ambientes escolares e acadêmicos, desempenha um papel fundamental na construção de bases sólidas de conhecimento. No entanto, ao longo da vida, também descobrimos a importância do aprendizado informal, que acontece naturalmente ao interagir com o mundo e as pessoas ao nosso redor. Ambas as formas de aprendizado são valiosas e complementares.

A atitude correta diante do aprendizado é essencial. Abordar o conhecimento com pressa e ansiedade, muitas vezes, pode se tornar contraproducente. A paciência e a abordagem ponderada permitem que o conteúdo seja absorvido de maneira mais eficaz, evitando a sobrecarga e os erros de compreensão. O processo de aprendizado se assemelha à arte da criação: é uma interação dinâmica entre os sentidos, a imaginação e a capacidade de construir modelos mentais.

Ao longo da história, grandes cientistas e pensadores como Newton, Einstein e Da Vinci desenvolveram ideias e conceitos que moldaram nosso entendimento sobre o mundo. Ao nos basearmos nessas fundações estabelecidas, evitamos reinventar a roda e também evitamos cair em armadilhas de erros e ilusões. Esses blocos mentais são cruciais para a construção do conhecimento.

No entanto, a jornada do aprendizado não é livre de desafios. A procrastinação, por exemplo, tornou-se um obstáculo significativo para muitos. Em uma era de distrações digitais constantes, a procrastinação é como um parasita mental que impede muitos jovens de alcançarem seu potencial máximo. Dispositivos como tablets, celulares e videogames, se usados de forma inadequada, podem tornar-se “zumbis” que consomem tempo e energia.

Por outro lado, a tecnologia, quando usada corretamente, tem o potencial de ser uma ferramenta poderosa para o aprendizado. Computadores e a internet oferecem acesso a uma riqueza de informações e recursos que, se utilizados com discernimento, podem acelerar e enriquecer o processo de aprendizado.

Um aspecto essencial para otimizar a absorção de informações é melhorar a memória. Há inúmeras técnicas para isso, desde a memorização tradicional até métodos mais elaborados. Um dos mais famosos é o Método Feynman, desenvolvido pelo físico Richard Feynman. Este método sugere que a melhor maneira de compreender um conceito é ensiná-lo a alguém, preferencialmente, usando termos simples. Se você não consegue explicar algo de forma simples, então não o entendeu completamente.

A alegria da conquista intelectual é inigualável. A sensação de compreender um conceito complexo ou de dominar uma habilidade desafiadora é similar à admiração por uma obra-prima como a pintura da Capela Sistina de Michelangelo. Aprender é esculpir o cérebro, transformá-lo em uma obra de arte repleta de sabedoria e criatividade.

No entanto, é crucial não confundir conquistas acadêmicas com a verdadeira compreensão. Boas notas e elogios acadêmicos, embora gratificantes, são indicadores externos e temporários. A verdadeira medida do conhecimento reside na capacidade de aplicá-lo de forma eficaz e significativa. A autoconfiança excessiva pode ser um obstáculo, levando a erros evitáveis e a uma mentalidade fechada.

Assim, podemos constatar inexoravelmente que o aprendizado é uma das atividades mais nobres e enriquecedoras da existência humana. Seja através do conhecimento formal ou das lições diárias da vida, o ato de aprender molda quem somos, como interagimos com o mundo e como deixamos nossa marca no tecido da história humana. Em meio aos desafios e distrações da era moderna, é mais importante do que nunca abraçar a aprendizagem com paixão, paciência e um compromisso inabalável com a excelência.

Angelo Silvares é Coordenador Regional de Polícia Técnico-Científica da Baixada Fluminense na PCERJ.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa