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Caso Ariane e Jéssica Oliveira: irmãs encontradas mortas abraçadas

No sábado, 23 de agosto de 2014, ocorreu a trágica morte de Jéssica Oliveira de Souza, uma cabeleireira de 23 anos, e de sua irmã Ariane Oliveira de Souza, uma estudante de 18 anos. Os corpos delas foram encontrados abraçados, e elas deixaram um filho de oito anos.

As duas irmãs teriam sido sequestradas após saírem da casa noturna Rio Sampa, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Infelizmente, os corpos delas foram descobertos no domingo, exibindo sinais de estupro e ferimentos de tiros. A investigação da Polícia Civil não conseguiu identificar os responsáveis por esse terrível crime.

Diego Oliveira, irmão das vítimas, compartilhou que as irmãs sempre estavam juntas e costumavam frequentar a Rio Sampa, localizada na Via Dutra. No entanto, ao sair para trabalhar na madrugada de sábado, percebeu que elas não haviam retornado para casa. Vizinhos relataram ter ouvido gritos femininos perto da residência das vítimas no domingo.

O irmão lembra: “Eu vi no Facebook que tinham encontrado os corpos de duas garotas abraçadas. Logo pensei que fossem elas, pois eram muito próximas. Elas costumavam mais festejar em casa, mas depois passaram a frequentar a Rio Sampa. Embora fossem frequentadoras assíduas, sempre voltavam para casa.”

Durante a investigação, um suspeito foi detido e revelou à Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) que as irmãs Ariane Oliveira de Souza, de 19 anos, e Jéssica Oliveira de Souza, de 22, foram assassinadas por traficantes de drogas nas favelas Gogó da Ema e Guaxa, em Belford Roxo, também na Baixada Fluminense. Sandro da Silva, apelidado de “Gordinho”, com 19 anos na época, afirmou não ter participado das mortes. Ele foi interrogado na 54ª DP (Belford Roxo) pelos agentes da DHBF.

Sandro foi detido durante uma operação do 39º BPM (Belford Roxo) em Gogó da Ema e Guaxa, com munição e um carregador. A operação já foi concluída.

A polícia tinha conhecimento de que Ariane e Jéssica foram vistas saindo da Riosampa, em Nova Iguaçu, acompanhadas por três homens, conforme registrado pelas câmeras de segurança da casa de shows. Os corpos das irmãs foram descobertos abraçados em uma estrada de terra no Gogó da Ema na madrugada de domingo. Uma das hipóteses investigadas é que as irmãs possam ter sido vítimas de um equívoco fatal.

Os investigadores da DHBF reconstituíram os passos finais de Ariane e Jéssica. Souberam que as irmãs foram assaltadas na noite de sábado quando caminhavam em direção à Riosampa, seu trajeto usual. Embora tivessem seus celulares roubados, elas não desistiram de aproveitar a noite.

Na época, o delegado Pedro Medina, chefe da Divisão de Homicídios da Baixada, afirmou que, além das imagens, os depoimentos de familiares, testemunhas e amigos das vítimas eram cruciais para identificar os responsáveis pelo crime.

Jéssica, mãe de um menino de 8 anos e cabeleireira, e Ariane, estudante, foram sepultadas conjuntamente no Cemitério de Belford Roxo na segunda-feira. Um ônibus transportou dezenas de moradores de Heliópolis, a localidade onde as irmãs residiam. Elas foram alvejadas na cabeça. Exames realizados pelo Instituto Médico-Legal (IML) confirmariam se houve violência sexual.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa