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Caso Irmãos Kauã e Joaquim: ex-pastor Georgeval condenado a 146 anos

O caso que chocou o país há cinco anos, quando as duas crianças foram encontrados mortos em Linhares, Norte do Espírito Santo, teve um desfecho nesta quarta-feira (19). O ex-pastor Georgeval Alves Gonçalves foi condenado a 146 anos e 4 meses de prisão pelo crime de estupro, tortura e assassinato dos irmãos Kauã e Joaquim, em 2018. O julgamento ocorreu às vésperas do quinto aniversário do crime, que será nesta sexta-feira, 21 de abril.

O julgamento começou na última terça-feira (18) após ter sido adiado por alguns dias. Durante o processo, foram apresentadas evidências do crime brutal que Georgeval cometeu contra os dois irmãos. O ex-pastor foi acusado de ter estuprado, torturado e matado as crianças em 2018.

A sentença proferida pelo juiz André Dadalto foi clara e incisiva. Georgeval foi condenado a 40 anos de prisão para cada um dos meninos pelo crime de homicídio, 22 anos e seis meses de prisão para cada um dos meninos pelo crime de estupro, e 10 anos e 8 meses de prisão para cada um dos meninos pelo crime de tortura.

O caso Kauã e Joaquim ganhou grande repercussão na mídia nacional e mobilizou a opinião pública em todo o país. O crime bárbaro cometido pelo ex-pastor contra os dois irmãos chocou a sociedade e levou a um debate sobre a proteção das crianças e adolescentes contra a violência sexual e a tortura.

“A condenação de Georgeval Alves Gonçalves é um sinal de que a justiça brasileira está atenta aos crimes hediondos que são cometidos contra as crianças e que os culpados serão punidos com todo o rigor da lei” – comentou Adriano Dias, fundador da ComCausa – “A sentença proferida pelo juiz André Dadalto é um marco na luta contra a violência sexual e a tortura e serve de exemplo para outros casos semelhantes em todo o país”.

Ex-pastor ficará preso 25 anos

Apesar de condenado a 146 anos de prisão por estuprar e matar seus enteados Kauã e Joaquim, o ex-pastor somente deve ficar preso por mais 25 anos. Isso ocorre porque ele foi preso em 2018 e a pena máxima para crimes cometidos na época é de 30 anos.

Adriano Dias afirma que a redução da pena do ex-pastor deve gerar indignação na sociedade e levantar questões sobre a efetividade do sistema de justiça penal brasileiro: “Acredito que passou da hora que é necessário revisar as leis de crimes hediondos para garantir que os culpados cumpram penas mais severas e adequadas aos crimes cometidos. O caso de Georgeval é um exemplo trágico da violência sexual e da tortura que muitas crianças e adolescentes enfrentam no Brasil. É importante que a justiça seja feita e que os responsáveis por esses crimes sejam punidos com rigor para que as vítimas e suas famílias possam encontrar alguma forma de justiça e paz”.

Relembre o caso

Os irmãos Kauã Salles Butkovsky, de seis anos, e Joaquim Alves, com três anos, foram assassinados em casa no 21 de abril de 2018. Segundo a Polícia Civil, eles foram vítimas de abuso sexual e estavam vivos, desacordados em uma cama, antes de um incêndio criminoso atingir a residência e provocar suas mortes.

Georgeval Alves Gonçalves, ex-pastor, era o único adulto presente na casa no momento do crime e foi acusado pelos assassinatos. Joaquim era seu filho e Kauã, seu enteado, filho do primeiro casamento de sua esposa Juliana Pereira Sales Alves com o empresário Rainy Butkovsky. Juliana teve outro filho com Georgeval, além de Joaquim.

Georgeval foi detido durante as investigações e, em maio de 2019, foi pronunciado pelo juiz André Bijos Dadalto da Primeira Vara Criminal de Linhares, encaminhando o caso para o Tribunal do Júri.

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Emanoelle Cavalcanti

Acadêmica de psicologia, voluntária na Ong Médicos do Mundo