Campanhas

Eleições 1989 – Primeira eleição pós-ditadura no Brasil

Em uma quarta-feira histórica, 15 de novembro de 1989, que também marcou a comemoração da Proclamação da República, o Brasil testemunhou um marco democrático. Mais de 82 milhões de cidadãos brasileiros tiveram a oportunidade de votar nas eleições presidenciais, um direito que lhes foi negado desde o golpe militar de 1964.

A jornada para a redemocratização foi pavimentada por Tancredo Neves, escolhido por eleições indiretas para liderar o país. No entanto, sua morte prematura levou à ascensão de seu vice, José Sarney, que presidiu durante a promulgação da Constituição Federal de 1988. Esta constituição garantiu as eleições diretas de 1989, um triunfo significativo para a democracia brasileira.

A conquista das eleições diretas é amplamente atribuída ao movimento popular “Diretas Já”. Originado em uma manifestação em Abreu e Lima (PE) em 1983, o movimento ganhou força nacional, mobilizando milhões em oposição à ditadura e na luta pelo direito ao voto universal em eleições presidenciais.

As eleições de 1989 foram notáveis, com 22 candidatos à presidência, incluindo a primeira mulher candidata, Lívia Abreu. O apresentador de televisão Sílvio Santos também tentou concorrer, mas sua candidatura foi invalidada pelo Tribunal Superior Eleitoral devido à sua posição como diretor de uma rede de televisão nacional.

O primeiro turno das eleições viu Fernando Collor (PRN) e Lula da Silva (PT) avançarem para o segundo turno com 32,47% e 16,69% dos votos, respectivamente. Em 17 de dezembro de 1989, Collor emergiu como o vencedor com 53,03% dos votos. No total, foram contabilizados 66.166.362 votos válidos, 3.107.893 nulos e 986.446 brancos.

| Editoria Virtuo Comunicação

| Projeto Comunicando ComCausa

| Portal C3 | Instagram C3 Oficial

João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa