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Ministro Flávio Dino demite três policiais rodoviários acusados da morte de Genivaldo

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, demitiu nesta segunda-feira (14) os três policiais rodoviários federais acusados da morte de Genivaldo de Jesus durante uma abordagem em Sergipe, em maio de 2022.

“Não queremos que policiais morram em confrontos ou ilegalmente matem pessoas. Estamos trabalhando com estados, a sociedade civil e as corporações para apoiar os bons procedimentos e afastar aqueles que não cumprem a lei, melhorando a segurança de todos”, disse o ministro, em nota nas redes sociais.

Dino informou ainda que determinou a revisão dos manuais de procedimentos da Polícia Rodoviária Federal para eliminar possíveis falhas.

 

 

O incidente que levou à morte de Genivaldo ocorreu quando o veículo em que ele estava foi parado em uma operação de rotina realizada por agentes da PRF. Essa abordagem resultou na morte de Genivaldo, desencadeando uma onda de protestos e debates sobre o uso excessivo da força policial e a necessidade de reformas no sistema de segurança pública.

Investigação Detalhada

Após o incidente, a PRF iniciou uma investigação interna e, em paralelo, permitiu uma investigação externa conduzida por uma equipe independente composta por especialistas em direitos humanos, representantes da sociedade civil e juristas. Os resultados dessas investigações convergiram em suas conclusões: os agentes da PRF agiram de maneira inadequada e desproporcional diante da situação apresentada durante a abordagem de Genivaldo.

Compromisso com a Transparência e a Responsabilidade

A demissão dos agentes é vista como um passo importante em direção à transparência e responsabilidade nas instituições de segurança pública. A medida também busca enviar uma mensagem clara de que o uso indevido da força não será tolerado e que a justiça será buscada para as vítimas de abusos policiais.

Reações da Sociedade Civil e Especialistas

As reações à demissão dos agentes foram mistas. Muitos ativistas dos direitos humanos e membros da sociedade civil elogiaram a ação como um passo positivo, mas alguns argumentam que a responsabilização deve se estender além dos agentes individuais para abordar questões sistêmicas mais amplas relacionadas ao treinamento policial e à cultura institucional.

Especialistas em segurança pública também se manifestaram. Alguns enfatizam a importância de revisar os protocolos de abordagem e uso da força, enquanto outros pedem reformas mais profundas no sistema policial como um todo.

Conclusão

A demissão dos três agentes da PRF envolvidos na morte de Genivaldo marca um momento significativo no processo de responsabilização por abusos policiais. No entanto, também destaca a necessidade contínua de reformas abrangentes no sistema de segurança pública para garantir que incidentes como esse sejam evitados no futuro. A sociedade está atenta, exigindo transparência, responsabilidade e mudanças substanciais para garantir a segurança e os direitos de todos os cidadãos.

Relembre o caso:

No dia 25 de maio de 2022 um homem negro de 38 anos morreu após passar por uma abordagem realizada por policiais rodoviários federais no município de Umbaúba, litoral sul de Sergipe. Genivaldo de Jesus Santos não resistiu após ser submetido a uma ação truculenta da PRF (Polícia Rodoviária Federal), que, de acordo com vídeos e detalhes do boletim de ocorrência, mostram que os agentes usaram o que parecem ser bombas de gás lacrimogêneo para dominarem o homem. Segundo laudo do IML (Instituto Médico Legal), a causa da morte foi “insuficiência aguda secundária a asfixia”.

Caso Genivaldo: Um ano depois PRF pede desculpa

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Adriano Dias

Jornalista militante e fundador da #ComCausa