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Memória: Morte Mercedes Sosa

No dia 4 de outubro de 2009, a música latino-americana perdeu uma de suas vozes mais icônicas e poderosas. Mercedes Sosa, conhecida carinhosamente como “La Negra”, faleceu aos 74 anos, deixando para trás um legado duradouro que ressoa até os dias de hoje. Nascida em 9 de julho de 1935, na província de Tucumán, Argentina, Sosa se tornou uma referência na música folclórica e uma incansável defensora da justiça social e paz.

Desde jovem, Mercedes Sosa demonstrou uma paixão pela música, iniciando sua carreira cantando em festivais locais. Seu talento e voz poderosa a impulsionaram para o estrelato na década de 1950, quando gravou seu primeiro álbum, “La Voz de la Zafra”. A partir daí, ela se destacou por interpretar canções folclóricas tradicionais, muitas delas carregadas de mensagens sociais e políticas.

Nos anos 60 e 70, Sosa se tornou um ícone da Nova Canção, um movimento que promovia a conscientização política e social através da música. Suas apresentações foram vitais na disseminação desse movimento e na expansão de sua popularidade. No entanto, seu engajamento político fez com que enfrentasse perseguições durante a ditadura militar argentina (1976-1983), resultando na censura de sua música.

Mesmo diante dessas adversidades, Mercedes Sosa continuou a criar e compartilhar sua música, colaborando com renomados artistas e lançando álbuns aclamados pela crítica. Alguns de seus trabalhos mais notáveis incluem “Homenaje a Violeta Parra” (1971), “Cantata Sudamericana” (1972) e “Gravado Ao Vivo No Brasil” (1982).

Além de sua contribuição musical, Sosa também se destacou por seu ativismo social e político, lutando pelos direitos humanos, especialmente durante os períodos turbulentos da ditadura argentina. Utilizando sua voz para dar visibilidade às questões de pobreza, desigualdade e opressão, ela recebeu diversos prêmios e reconhecimentos, incluindo o Prêmio Grammy Latino de Excelência Musical em 2003.

O legado de Mercedes Sosa permanece vivo e vibrante, continuando a inspirar gerações com sua música carregada de paixão e suas mensagens de justiça social e paz. Sua voz perdura, lembrando-nos da importância de usar a arte como veículo para a transformação e a busca incessante por um mundo mais justo e igualitário.

 

 

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa