Agenda

Pastoral da Juventude celebra 50 anos neste sábado em Aparecida

Pejoteiros e Pejoteiras de todo o Brasil se reúnem neste sábado dia 9 de setembro em Aparecida-SP, para celebrar seus 50 anos de existência em Romaria que traz como tema “Negra Mariama nos chama à Romaria: 50 anos de profecia e missão construindo a civilização do amor” e a iluminação bíblica “Alegrai-vos sempre no Senhor! Novamente direi: alegrai-vos!” (Fl 4,4).

A trajetória da Pastoral da Juventude (PJ) tem suas raízes nos anos 60 e 70, quando o movimento católico de ação pastoral estava em efervescência. Marcada pela influência da Ação Católica Especializada, incluindo grupos como JAC, JEC, JOC e JUC, a PJ absorveu elementos importantes da Teologia da Libertação e da Pedagogia do Oprimido.

No final da década de 70 e início dos anos 80, a Igreja viu-se imersa em um período de grandes expectativas, impulsionada pelas instruções das conferências de Medellín e Puebla, que enfatizaram a importância de uma ação pastoral concreta no prol dos jovens e dos pobres. Essa opção concreta abriu caminho para uma abordagem mais orgânica e transformadora na relação com a juventude.

Nesse contexto, as dioceses passaram a organizar a evangelização dos jovens em pequenos grupos, com cerca de 12 a 25 membros, e iniciaram a articulação de encontros nacionais. Esses encontros tiveram como objetivo melhorar a comunicação, promover o intercâmbio de experiências e sistematizar práticas.

A PJ expandiu seu trabalho, incorporando novas abordagens, como o foco na juventude rural, estudantil, universitária e dos meios populares. Isso é uma reorganização da pastoral para se adaptar a essas realidades diversas.

Os encontros e assembleias da PJ tornaram-se momentos cruciais para reflexão sobre o acompanhamento de jovens em grupos. Surgiram os famosos Seminários para Assessores, onde se discutiram temas fundamentais, como o processo de formação na fé, a metodologia de trabalho com jovens, questões do mundo do trabalho, cultura, políticas públicas de juventude, planejamento da ação pastoral e missão, entre outros .

A virada significativa ocorreu com a criação da Pastoral da Juventude do Brasil (PJB) em 1995, que reuniu quatro pastorais de juventude: PJ, PJMP, PJE e PJR. Isso levantou questões sobre a identidade e o papel da PJ, pois a assembleia da PJB já não representava exclusivamente a PJ original. Apesar disso, a PJ decidiu trilhar um caminho próprio de reflexão, sem deixar de fazer parte do todo.

Essa transformação trouxe desafios e conflitos internos, principalmente relacionados à falta de um espaço próprio de deliberação e planejamento nacional para a PJ e à redução de sua participação nas assembleias. No entanto, a 10ª Assembleia Nacional da PJ em Vitória reconheceu a necessidade de tempo para a articulação da PJ e a sua busca por uma identidade e organização próprias.

Nesse período, os Encontros Nacionais da PJ começaram, excluindo a participação da PJR, PJE e PJMP. Os primeiros encontros foram marcados por tensão, angústia, luta e esperança, à medida que a PJ buscava sua identidade e sua inserção nas demais pastorais de juventude.

A PJ confirmou e celebra o apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e dos centros e institutos de Juventude, que desempenharam um papel fundamental ao longo dessa jornada, oferecendo formação, assessoria e pesquisa para apoiar a organização das Pastorais da Juventude.

| Editoria Virtuo Comunicação

| Projeto Comunicando ComCausa

| Portal C3 | Instagram C3 Oficial

João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa