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ComCausa inicia hoje a Campanha Nossa Gente Negra Elza Soares

Reavivando a memória de figuras marcantes em nossa história, a ComCausa lança hoje a iniciativa “Nossa Gente Negra”, que se estenderá até o Dia Nacional da Consciência Negra, em 20 de novembro.

Sempre prestando homenagem a uma personalidade brasileira, o propósito é estimular a reflexão sobre a Diáspora Africana e seu papel na formação cultural, social e política do Brasil. Este ano, a ComCausa prestará homenagem a Elza Soares, cuja partida em 20 de janeiro de 2022 deixou um legado duradouro na música brasileira e na cultura em geral.

De acordo com Adriano Dias, fundador da ComCausa e idealizador da campanha Nossa Gente Negra: Elza Soares permanece uma incansável defensora dos direitos humanos, combatendo a discriminação racial, a desigualdade social e a violência de gênero no Brasil. Sua música e sua plataforma foram ferramentas para abordar essas questões, inspirando outros a seguir seu exemplo.

Ao longo de sua carreira, ela recebeu vários prêmios e reconhecimentos por sua contribuição para a música e a sociedade. Seus álbuns foram elogiados tanto pela crítica quanto pelo público, e seu impacto na cena musical brasileira é incontestável.

“Elza Soares deixou um legado que vai além de sua contribuição musical. Sua influência na cultura brasileira e dedicação às causas sociais marcaram-na como uma figura icônica e admirada por diversas gerações. Além de sua impactante presença na luta contra questões raciais, ela também desempenhou um papel significativo no combate à violência contra as mulheres” – Adriano Dias.

Relembre a primeira homenagem da Campanha Nossa Gente Negra

Semana Nossa Gente Negra Chica Xavier

Em 2021 o homenageado foi João Cândido, nascido no Rio Grande do Sul em 1880, filho de ex-escravizados, João Cândido trabalhou por mais de 15 anos na Marinha de Guerra do Brasil, tendo sido instrutor de aprendizes de marinheiro. Ele foi o marinheiro que liderou a Revolta da Chibata, ocorrida em 1910 em navios atracados na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, e entrou para a história como o Almirante Negro. João Cândido radicou em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, e se tornou uma referencia de luta.

Semana Nossa Gente Negra marinheiro João Cândido o Almirante Negro

Ano passado a homenagem foi feita para a Marlí, que no dia 12 de outubro de 1979, testemunhou o assassinato de seu irmão, Paulo, pela polícia militar. E ela não se calou. Na madrugada do dia seguinte, junto com seu pai, foi na delegacia de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, fazer a sua denúncia. Ficou conhecida como “Marli Coragem” pelo seu gesto.

Nossa Gente Negra começa nesta quarta com Live

Diáspora africana

A palavra diáspora é usada para identificar o deslocamento de grandes contingentes populacionais de um território originário para outras áreas. Tal dispersão de um povo – em consequência de preconceitos ou perseguição política, religiosa ou étnica. “Um dos maiores deslocamentos, na verdade uma das grandes violências da humanidade que tem reflexos mesmo após séculos, foi da população africana para ser usada de mão de obra escrava nas Américas, principalmente no Brasil” – conta Adriano Dias, da ComCausa – “Segundo pesquisas, foram cerca de 1.700.000 pessoas trazidas do continente africano para serem escravizadas no Brasil. Navios fizeram mais de 9 mil viagens com traficando esta gente toda. Indiscutivelmente um dos maiores crimes da história da humanidade. Entretanto, em paralelo a esta violação, esta população que vinha de diversos pontos do continente africano tiveram uma grande influência e contribuíram enormemente para desenvolvimento cultural, social e intelectual da formação da identidade brasileira. Reconhecer esta importância é, no mínimo, buscar alguma reparação do passado, celebrar e promover, é buscar um Brasil socialmente melhor no futuro”.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa