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ComCausa volta a promover o programa ‘Jovem Fica Vivo’

Em 2014, a organização ComCausa lançou o programa “Jovem Fica Vivo” em resposta a casos de violência que a instituição vinha acompanhando, envolvendo jovens que, por vezes, se envolviam em atos de violência por motivos muitas vezes fúteis contra seus pares. Essa iniciativa pioneira, prestes a comemorar seu 10º aniversário, teve origem em ações destinadas a incentivar os jovens a refletir sobre seu papel tanto como perpetradores quanto vítimas da violência, com um foco na redução dessa violência.

O “Jovem Fica Vivo” tem como objetivo promover uma cultura de paz, enfatizando as virtudes da juventude e, ao mesmo tempo, incentivando a reflexão sobre os fatores que levam à violência. As primeiras iniciativas incluíram uma homenagem a Redson Pozzi, o vocalista e guitarrista da banda de punk rock de São Paulo, Cólera, em 2014. Esse evento deu origem a um circuito de “Saraus” organizado por músicos e produtores de eventos de rock da Baixada Fluminense e São Gonçalo. Essas atividades lançaram as bases para uma série de iniciativas centradas no tema “Jovem Fica Vivo”, todas destinadas a promover uma cultura de paz e respeito entre os jovens.

Desde então, a ComCausa organizou centenas de discussões, encontros “DebatePapo”, eventos “Café no Ponto”, exibições e debates “Cine ComCausa”, shows, fanzines e campanhas impressas e online. O objetivo central de todas essas ações tem sido sensibilizar os jovens e incentivá-los a se tornarem agentes ativos na construção de uma sociedade mais pacífica.

O que motivou o programa “Jovem Fica Vivo”

O envolvimento da ComCausa na abordagem da violência foi motivado pela necessidade de enfrentar violações muitas vezes perpetradas por agentes do Estado, o que é muito recorrente no Rio de Janeiro. Os esforços da organização foram marcados por eventos trágicos, como a Chacina da Baixada em 2005, um ponto de viragem no cenário de segurança pública e violência na região da Baixada e no estado do Rio de Janeiro.

No decorrer dos anos, a ComCausa passou também a atender familiares em casos de homicídios de jovens que nunca haviam se envolvido em atos de violência, mas que depois se tornaram autores ou vítimas de homicídio, o que inspirou essa iniciativa. Dois desses casos foram particularmente emblemáticos. Um deles foi a brutal agressão e morte do jovem de 17 anos, Wellington Braz, durante o evento Viradão Carioca em Nova Iguaçu em 2013. Ele foi atacado por um grupo de jovens devido a uma disputa entre bairros rivais. O outro foi o assassinato de Bruno Paolo e Bárbara Guimarães de Melo (30 anos), também conhecida como Babi Sixx (18 anos), em maio de 2014 em Meriti, por Aline Dolzany de Oliveira.

Isso levou a instituição a repensar suas estratégias e focar na promoção ativa de uma cultura de paz, em vez de apenas defender o direito à vida.

Programa “Jovem Fica Vivo”: Uma década promovendo paz e igualdade entre os Jovens

À medida que se aproxima do seu 10º aniversário do “Jovem Fica Vivo”, a ComCausa está relançando o programa “Jovem Fica Vivo” com um novo foco, alinhando-se às políticas nacionais de juventude, igualdade racial, direitos das mulheres e direitos humanos. A organização visa alcançar ainda mais jovens e adolescentes, incentivando-os a abraçar uma cultura de paz, empatia e respeito mútuo.

As primeiras ações dessa nova fase incluem campanhas de conscientização em todos os canais de comunicação da ComCausa. Além disso, a organização está entrando em contato com produtores culturais responsáveis por eventos e espaços alternativos, buscando parcerias para a realização de atividades alinhadas com os princípios do programa. Em tais locais, serão afixados cartazes da campanha, com o objetivo de aumentar a conscientização sobre a importância de uma cultura de paz e igualdade entre os jovens.

O “Jovem Fica Vivo” representa uma década de compromisso da ComCausa em criar um ambiente mais seguro e harmonioso para os jovens, onde eles possam se desenvolver livremente, sem o peso da violência e da desigualdade. Com os olhos voltados para o futuro, a organização continua firme em sua missão de construir uma sociedade mais justa e inclusiva, contando com o envolvimento ativo dos jovens como agentes de transformação.

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Emanoelle Cavalcanti

Acadêmica de psicologia, voluntária na Ong Médicos do Mundo